As duas Coreias afirmaram nesta quarta-feira (14) que concordaram em reabrir o complexo industrial de Kaesong, mas não deram informações sobre quando e como o acordo estabelece a retomada de operações.
Os dois lados buscam evitar o fechamento permanente do complexo industrial, localizado em território norte-coreano, por causa de sua importância econômica e por ser um dos poucos símbolos de cooperação entre os dois países rivais. As operações em Kaesong foram interrompidas em abril quando a Coreia do Norte retirou seus trabalhadores do local em meio a escalada de tensões.
Os dois lados concordaram em estabelecer um comitê conjunto para criar medidas legais e institucionais para a "normalização construtiva" do complexo industrial, segundo o acordo, divulgado pelo Ministério da Unificação de Seul.
O acordo não especifica quando e como o complexo voltará a operar, indicando que as principais diferenças se mantém e uma retomada das operações não é garantida.
O documento afirma que "tanto [a Coreia do] Sul quanto [a Coreia do] Norte" farão esforços para evitar que a interrupção abrupta do complexo seja repetida. O acordo não entra em detalhes sobre como eles se dirigiram à demanda de Seul, que pediu uma sólida garantia da Coreia do Norte de não repetir a retirada repentina de seus 53 mil trabalhadores.
A Coreia do Norte atribuiu a sua retirada abrupta à cobertura da mídia sul-coreana, que se referiu ao empreendimento como uma importante fonte de receita para o regime de Pyongyang. O país também reclamou dos exercícios militares sul-coreanos nos EUA na época.
As duas Coreias realizaram uma série de rodadas de negociações sobre maneiras de retomar as operações, mas, até então, fizeram pouco progresso. Delegados de cada lado tiveram uma breve briga física depois da última rodada de negociações.
O Norte tinha insistido em que as duas Coreias deveriam fornecer garantias mútuas para que o complexo de Kaesong ficasse aberto. O país alegou que o Sul também era responsável pelo fechamento.
A parceria costumava a fornecer cerca de US$ 90 milhões por ano em salários pagos diretamente ao governo de Pyongyang.
A paralisação do trabalho no parque industrial causou uma perda operacional de cerca de 300 bilhões de wons (US$ 270 milhões) para os investidores sul-coreanos, segundo o governo de Seul. Empresas da Coreia do Sul investiram cerca de 450 bilhões de wons no projeto.