Cuba autorizou nesta quinta-feira a livre importação de veículos a preços de mercado, proibida durante meio século, em uma das medidas mais esperadas das reformas econômicas do presidente Raúl Castro.
"Serão publicadas durante os próximos dias no Diário Oficial novas normas jurídicas que colocarão em vigor a política para a importação de veículos motorizados, segundo foi aprovada na quarta-feira na reunião do Conselho de Ministros", afirma o diário.
O jornal destacou que, em consequência, será liberada a venda a varejo de motos, carros, furgões de carga, caminhonetes e micro-ônibus, novos e de segunda mão, para cubanos e estrangeiros residentes na ilha comunista, assim como para entidades estrangeiras e diplomáticas, estabelecendo "preços varejistas semelhantes aos do mercado entre particulares".
A medida, aprovada dois anos depois que Raúl Castro permitiu a compra e venda de carros usados, também autorizará a compra e venda de motores e carrocerias entre particulares e a venda de carrocerias resultantes da desmontagem de veículos.
As novas normas deixam sem efeito as carteiras de motorista que o ministério do Transporte entregava a alguns cubanos, principalmente músicos, médicos e outros profissionais, que cumpriam missões no exterior, para poder adquirir um carro.
O jornal admitiu que esse mecanismo "burocrático" gerou durante anos "inconformidade, insatisfação e, não em poucos casos, virou uma fonte de especulação e enriquecimento,", pois muitos cubanos vendiam as referidas carteiras, inclusive antes de comprar o veículo.
No entanto, o jornal destacou que "a venda liberada será implementada de maneira gradual e paulatina, e nela terão prioridade quem atualmente possui carteiras de autorização".
Segundo o Granma, com o resultado das vendas, "será criado um fundo especial para o desenvolvimento do transporte público", serviço que tem muitos problemas na ilha.