Pelo menos 246 pessoas morreram, incluindo 73 menores de idade, nos últimos cinco dias em Alepo, Norte da Síria, em ataques aéreos das forças do regime de Damasco, informou nesta quinta-feira (6) o bservatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Entre as vítimas estão 24 mulheres e 11 combatentes das forças de oposição.
Segundo a organização não-governamental, as vítimas morreram em ataques realizados por helicópteros militares do regime sírio, que lançaram barris com explosivos sobre vários bairros da zona leste da cidade.
O OSDH acrescentou que os bombardeios deixaram centenas de feridos. Além disso, milhares de pessoas fugiram para outras zonas de Alepo. A organização responsabilizou o general de brigada Suleil Hasan, que dirige as operações militares do regime em Alepo, pelos ataques.
O observatório apelou à comunidade internacional para intervir de imediato e impedir os ataques. Pediu também à Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, que reúna informações sobre os bombardeios e entregue à Justiça o general Suleil Hasan e os executores destes ataques.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, condenou esta semana a utilização de barris com explosivos contra a população civil de Alepo, admitindo na mesma ocasião que estas manobras podem comprometer gravemente as negociações de paz.
O uso deste tipo de bombas incendiárias é “o último ato de barbárie de um regime que está cometendo tortura em grande escala, que usou armas químicas e que está matando de fome comunidades inteiras, ao bloquear o envio de alimentos para os civis sírios”, sublinhou Kerry, num comunicado.
Em finais de julho de 2012, Alepo foi alvo de uma grande ofensiva das forças rebeldes sírias, que continuaram a exercer pressão em operações posteriores. Apesar de dominarem grandes áreas da cidade, os rebeldes sírios não controlam a totalidade de Alepo.
O conflito na Síria prolonga-se desde março de 2011 e, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, já fez 136 mil mortos.