O novo primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, venceu, como esperado, um segundo e definitivo voto de confiança na câmara baixa do Parlamento do país. No entanto, Renzi saiu dos dois dias de debates parlamentares com o apoio de uma maioria menor do que a prevista.
O ex-prefeito de Florença, que há alguns dias liderou o Partido Democrático em uma revolta que forçou a renúncia de Enrico Letta precisa de um forte apoio nas duas câmaras do Parlamento se quiser implementar sua ambiciosa agenda e ajudar a terceira maior economia da zona do euro a sair da mais longa recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
Na câmara baixa o novo líder recebeu 378 votos a favor e 220 contra, em linha com o apoio que o governo de Letta tinha. Renzi que prometeu amplas reformas na Itália, havia recebido um voto de confiança da maioria do Senado ontem, por 169 votos a favor e 139 contra - um resultado mais apertado que o esperado.
Em seu discurso na câmara baixa nesta terça-feira, Renzi reiterou que quer pagar integralmente todas as dívidas comerciais do país e esclareceu que pretende reduzir os impostos sobre folha de pagamento em até 10 bilhões de euros em um ano.
Analistas destacaram uma mudança no discurso anteriormente crítico de Renzi às políticas de austeridade da União Europeia.
Nos discursos nas duas câmaras do Parlamento, o novo primeiro-ministro pareceu ter abandonado as críticas à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ao pacto de estabilidade e aos critérios para o cálculo do déficit. A estratégia de Renzi agora parece ser a de recuperar a credibilidade da Itália.