Mais uma cidade chinesa, Hangzhou, decidiu limitar a compra de automóveis, um luxo até há pouco tempo inacessível, mas que nos últimos três anos se tornou grande fonte de poluição e um quebra-cabeças urbano.
A partir de hoje, para tentar melhorar a qualidade do ar e aliviar o trânsito, o governo municipal de Hangzhou restringiu para 80 mil o número de automóveis que podem ser vendidos anualmente na cidade, uma das mais turísticas do país. Oitenta por cento das novas matrículas serão sorteadas e as restantes vão a leilão, com uma base de licitação de 10 mil yuan (cerca de 1.200 euros).
Capital da próspera província de Zhejiang, na Costa Leste da China, e sede de um município com cerca de 8 milhões de habitantes, Hangzhou é a sexta cidade chinesa a limitar a venda de automóveis, depois de Pequim, Xangai, Cantão, Guiyang e Tianjin.
As autoridades ambientais de Hangzhou estimam que as emissões dos automóveis sejam responsáveis por 39,5% da densidade das partículas PM2.5, que afetam a qualidade do ar na cidade. Há pouco mais de duas décadas, a bicicleta era o único meio de transporte privado a que a maioria das famílias chinesas podia aspirar.
Em 2009, a China tornou-se o maior mercado de automóvel do mundo, ultrapassando os Estados Unidos da América, mas a densidade de veículos - estimada em cerca de 100 por cada mil habitantes - continua a ser muito inferior aos valores dos países mais desenvolvidos.
Apesar das crescentes restrições, em 2013 as vendas de veículos aumentaram 14% e todos os meses, em média, há mais de 1 milhão de novos automóveis nas estradas chinesas.