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Suspeito de ataque a Museu Judaico de Bruxelas é preso na Fraça

O suspeito foi preso na rodoviária Saint-Charles de Marselha, em um ônibus de Amsterdam via Bruxelas

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 01/06/2014 às 9:47
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Um francês, de "perfil jihadista", foi preso nesta sexta-feira em Marselha (sul da França), suspeito de ser o atirador que matou quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas em 24 de maio, que provocou grande agitação na Bélgica, informaram fontes próximas ao caso.

Mehdi Nemmouche, de 29 anos e originário de Roubaix (norte da França), "foi preso assim que colocou os pés na França", informou o presidente francês, François Hollande .

"Nós iremos combatê-los", disse o chefe de Estado, à margem de uma visita a Trevieres em Calvados (noroeste), em referência aos jihadistas que regressam à Europa depois de lutarem na Síria.

Os promotores franceses e belgas devem realizar coletivas de imprensa separadas neste domingo às 13h00 GMT (10h00 no horário de Brasília).

Mehdi Nemmouche já havia sido condenado pela justiça, especialmente em um caso de roubo, segundo a sua advogada Me Soulifa Badawi.

Ele foi condenado com outros dois réus em maio de 2009 a dois anos de prisão por assalto em 13 agosto de 2006 de um minimercado em Tourcoing (norte da França). "Ele me escreveu da prisão me pedindo para intervir", lembrou a advogada.

Este francês é suspeito, de acordo com uma fonte próxima à investigação, de ter estado na Síria em 2013 para combater junto a grupos jihadistas. Ele foi fichado por esta razão pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), segundo a fonte.

Entregue na sexta-feira aos agentes da DGSI, foi colocado sob custódia por assassinato e tentativa de assassinado, além de porte de armas e ligação com grupo terrorista, segundo uma fonte da justiça.

Sua prisão preventiva pode durar até 96 horas, até terça-feira, ou 144 horas, até quinta-feira, se os investigadores citarem uma ameaça terrorista iminente.

Durante as primeiras 24 horas ele se calou, e as fontes consultadas pela AFP acreditam que é muito cedo para evocar eventuais cúmplices.

O suspeito, que disse não possuir residência fixa, foi preso na rodoviária Saint-Charles de Marselha, em um ônibus de Amsterdam via Bruxelas.

De acordo com fontes próximas à investigação, ele carregava em sua bagagem um fuzil Kalashnikov e um revólver com munição. "Armas iguais as utilizadas em 24 de maio em Bruxelas", disse uma das fontes.

"Muitos elementos são consistentes com o atirador de Bruxelas", garantiu outra fonte próxima ao caso.

A imprensa belga informou que o assassino do Museu Judaico tinha uma câmera acoplada à alça de uma de suas mochilas.

O suspeito foi, de fato, detido com uma câmera do tipo GoPro.

Entre as roupas do suspeito, havia uma parecida com a utilizada pelo atirador, de acordo com as imagens do circuito interno de segurança divulgadas pela polícia belga.

Sem precedentes na história recente da Bélgica, o massacre do Museu Judaico fez quatro mortos, um casal israelense, uma voluntária francesa e um funcionário belga. A procuradoria federal belga iniciou uma investigação por "assassinato terrorista".

Após o ataque, autoridades elevaram para o nível 4, o máximo, as medidas de segurança em torno dos locais frequentados pela comunidade judaica, que reúne 40 mil pessoas na Bélgica, em uma população de 11,1 milhões de habitantes. O último atentado antissemita no país remonta aos anos 1990.

Antes da prisão de Marselha, o assassino foi apresentado pelos investogadores belgas como "um homem determinado" que agiu "a sangue frio". Descrito pela polícia como "atlético" e de estatura mediana, ele teria cerca de trinta anos, de acordo com uma testemunha, assim como o suspeito preso na França.

O perfil "jihadista" de Mehdi Nemmouche, como descrito por duas fontes familiarizadas com o assunto, pode reavivar a polêmica sobre a vigilância de franceses que viajam para combater na Síria.

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