A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) soou o alarme nesta segunda-feira (23) a respeito do surto de ebola na África oriental, quando novos 20 casos da doença na região foram relatados.
Em comunicado divulgado também nesta segunda-feira com seus dados mais recentes a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que 567 casos foram registrados, com 350 mortes na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Na semana passada, a organização informou que mais de 330 mortes haviam sido registradas.
A maioria das mortes, 267 delas, aconteceram na Guiné, mas Serra Leoa relatou 39 novos casos e oito mortes entre 15 e 17 de junho crescimento rápido segundo dados da OMS.
A OMS disse estar trabalhando com governos locais para fornecer o conhecimento necessário e planeja a realização de uma reunião regional em Gana no dia 2 de junho para tratar da questão.
Mas o MFS diz que o surto vai exigir "um enorme envio de recursos" de governos de agências humanitárias para colocá-lo sob controle.
A organização, que já afirmou que o surto está fora de controle, disse que chegou ao limite de suas capacidades e que tem problemas para responder a uma epidemia que já apareceu em mais de 60 locais nos territórios de três países.
"Chegamos ao nosso limite", disse o doutor Bart Janssens, diretor de operações do MSF. "Apesar dos recursos humanos e equipamentos enviados pelo MSF nos três países afetados, não somos mais capazes de enviar grupos para locais onde há novos surtos."
Não há cura para o vírus do ebola, doença que causa hemorragia interna e paralisação dos órgãos e se espalha pelo contato com pessoas infectadas. A contenção do surto se concentra nos cuidados dos infectados e seu isolamento para limitar a disseminação do vírus.
As instalações médicas desses países, alguns dos mais pobres do mundo, lutam para lidar com o surto e para educar a população, que não sabe como prevenir a disseminação do vírus.
O atual surto, que começou na Guiné no final do ano passado ou início deste ano, parecia ter diminuído até recuperar o número de contágios nas últimas semanas, espalhando-se para a capital e para a vizinha Libéria, onde foram registrados os primeiros casos. Fonte: Associated Press.