O cunhado do rei da Espanha Felipe VI, Iñaki Urdangarin, foi acusado de corrupção por parte de um suspeito-chave do escândalo que ameaça levá-lo a julgamento junto com sua esposa, a infanta Cristina, segundo documento ao qual a AFP teve acesso nesta quinta-feira (3).
Marco-Antonio Tejeiro, contador acusado no caso, denunciou ao promotor Pedro Horrach o uso de faturas que "não respondiam a serviços realmente prestados pelo Instituto Nóos", presidido por Urdangarin entre 2003 e 2006, e cuja quantia era repartida entre o cunhado do rei e seu sócio.
Na véspera, a infanta Cristina recorreu contra as acusações de fraude fiscal e lavagem de dinheiro que ameaçam levá-la a julgamento junto a seu marido.
Na semana passada, o juiz José Castro encerrou a instrução do caso Nóos, um escândalo de corrupção envolvendo 16 pessoas, incluindo a infanta Cristina e seu marido Iñaki Urdangarin, alvo principal das investigações.
Urdangarin, ex-campeão olímpico de handebol, é acusado de ter desviado 6,1 milhões de euros de capital público por meio do Instituto Noos, uma empresa sem fins lucrativos que presidiu entre 2003 e 2006 e que fechou grandes contratos com as autoridades regionais das Ilhas Baleares e Valência.
Cristina foi acusada de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, porque, na opinião do juiz, colaborou "ativamente" com seu marido ao utilizar, para fins pessoais, uma parte do dinheiro desviado por meio de uma "empresa de fachada", a Aizoon.
No entanto, o advogado da infanta, Miquel Roca, diz estar convencido da inocência da filha mais nova de Juan Carlos, que recentemente abdicou do trono em favor de seu filho Felipe.
"Estamos convencidos de que o tribunal provincial que decidir sobre o recurso, deliberará sobre os termos que consideramos adequadas", declarou.
Caso contrário, Cristina seria a primeira familiar direta de um monarca espanhol a ser julgada e criaria um grande desafio para o novo rei, que em sua proclamação prometeu "uma monarquia honesta e transparente".