Famílias de várias pessoas dadas como mortas após o acidente com balsa na região de Bangladesh acusaram autoridades de terem lançado uma operação de resgate ineficaz e de deixar seus parentes no interior da embarcação por mais de 24 horas.
Acredita-se que mais de 200 pessoas estavam a bordo da M.V. Pinak quando a embarcação emborcou na segunda-feira.
O ministro da Navegação Shajahan Khan disse aos jornalistas que pelo menos 125 são dadas como mortas e 110 nadaram até a margem ou foram resgatadas após o acidente, que aconteceu no rio Padma. As equipes de resgate não conseguiram localizar a balsa em razão das fortes correntes, disse ele.
"Não posso aguardar o corpo de minha irmã? O que eles estão fazendo? Nada", disse Monir Hossain, que viajou até o local do acidente para procurar por sua irmã.
As autoridades não têm o número exato de pessoas que estavam a bordo porque as operadoras de balsa no país raramente fazem listas de passageiros.
Nesta terça-feira, as equipes de resgate ainda tentavam localizar a embarcação com o uso de cordas, rebocadores e lanchas, enquanto dois grandes barcos de resgate continuavam ancorados nas proximidades do local do acidente por causa das condições climáticas.
As equipes de resgate também usavam um equipamento sensor para ajudar e localizar a balsa, que afundou num local onde a profundidade chega a 24 metros, mas as fortes correntes atrapalham os trabalhos, disse Khan.
Bangladesh não tem os equipamentos especiais necessários para conduzir as operações de buscas e resgate em águas profundas. O equipamento que chegou ao local do acidente não pode ser usado por causa das condições climáticas, explicou Khan.
Segundo ele, os grandes barcos de resgate só poderão começar a recuperar os corpos quando a localização exata da embarcação for conhecida. Khan afirmou que as autoridades tentam levar outro navio de buscas para o local com o objetivo de encontrar a embarcação.
Dezenas de parentes de passageiros desaparecidos fizeram um breve bloqueio da rua perto do local do acidente em protesto. Eles reclamam que as autoridades não estão fazendo o suficiente para retirar a balsa da água.
Muitos dos passageiros da embarcação voltavam de suas vilas natais após celebrar o Eid al-Fitr, o festival que marca do final do mês sagrado muçulmano do Ramadã. Fonte: Associated Press.