Manifestantes entraram em confronto com a polícia e saquearam lojas em um subúrbio da cidade americana de St. Louis depois que um policial matou a tiros um adolescente negro desarmado, informou a imprensa local segunda-feira (11).
Policiais armados com cassetetes lançaram bombas de gás lacrimogêneo e mobilizaram soldados com cães para conter a violência que explodiu na noite de domingo (10) em Ferguson, no estado do Missouri, no centro-oeste do país.
Mas os policiais rapidamente precisaram de reforços e foi necessário convocar com urgência mais efetivos nas comunidades vizinhas, informou a rede de televisão KSDK 5.
Vídeos publicados pelo jornal St. Louis Post-Despach mostram a loja de conveniência de um posto de gasolina sendo saqueada e incendiada.
Os criminosos também invadiram uma loja Walmart e estabelecimentos menores e atearam fogo em outros locais.
A violência começou depois que uma grande multidão de manifestantes, em sua maioria afro-americanos, se reuniu no domingo para uma vigília no local onde a polícia atirou e matou Michael Brown, de 18 anos, um dia antes.
As informações sobre a morte de Brown são desencontradas. Uma testemunha identificada como Dorian Johnson afirmou à rede de televisão KMOV News 4 que caminhava com Brown quando um policial os confrontou e sacou a arma.
O policial atirou em Brown, que "se virou e colocou as mãos para cima", disse Johnson.
"Ele começou a se abaixar e o policial ainda se aproximou com a arma na mão e disparou vários outros tiros".
O chefe de polícia do condado de St. Louis, Jon Belmar, declarou em uma entrevista coletiva no domingo que Brown foi morto depois de agredir fisicamente um policial e tentar tomar a sua arma.
Belmar não informou se o agente era branco.
O Post-Dispatch destacou que o incidente traz à tona as tensões entre as forças policiais, majoritariamente brancas, e a comunidade afro-americana.
A mãe de Brown, Lesley McSpadden, declarou à rede de televisão KMOV que seu filho havia acabado de se formar no ensino médio e planejava ingressar em uma universidade.
"Você sabe como foi difícil fazê-lo permanecer na escola e se formar? Você sabe quantos homens negros se formam? Não são muitos", declarou.
"Porque são rebaixados a este tipo de nível, onde eles sentem que não têm motivo para viver", completou.