Iraque

Supervisores da ONU advertem para risco de genocídio de yazidis do Iraque

Milhares de refugiados yazidis estão presos nas montanhas de Sinjar, quase sem alimentos ou água

AFP
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Publicado em 12/08/2014 às 9:30
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A minoria religiosa yazidi do Iraque enfrenta um possível genocídio, advertiram nesta terça-feira os supervisores de Direitos Humanos da ONU, que pediram uma ação global urgente para evitar um massacre.

"Todas as medidas possíveis devem ser tomadas de forma urgente para evitar uma atrocidade em massa e um potencial genocídio em dias ou horas", declarou a especialista em direitos das minorias da ONU, Rita Izsak.

"Os civis precisam ser protegidos em terra e escoltados para fora de situações de extremo perigo", declarou Izsak em um comunicado conjunto com outros quatro supervisores.

"Tanto o governo iraquiano quanto a comunidade internacional são responsáveis por proteger as populações em risco de sofrer crimes atrozes", ressaltou.

Milhares de refugiados yazidis estão presos nas montanhas de Sinjar, quase sem alimentos ou água. Estão cercados por extremistas sunitas do Estado Islâmico (EI), que controlam grande parte do norte do Iraque e do leste da Síria.

"Estamos presenciando uma tragédia de enormes proporções na qual milhares de pessoas enfrentam um risco imediato de morte violenta ou por inanição e sede", declarou Chaloka Beyani, supervisor da ONU para os direitos dos deslocados.

"A ajuda humanitária deve chegar logo, e não se deve poupar esforços para proteger todos os grupos deslocados à força neste conflito", disse.

O grupo jihadista lançou uma ofensiva no dia 9 de junho, dirigida contra yazidis, além de cristãos, xiitas, curdos e outros grupos.

Os insurgentes lhes ofereceram a opção de "se converter ou morrer", explicou Christof Heyns, especialista da ONU em execuções sumárias.

"Não podemos permanecer quietos diante de tais atrocidades. Os atores internacionais devem fazer tudo o que estiver em seu alcance para apoiar os que podem proteger vidas em terra", acrescentou.

O encarregado de direitos religiosos, Heiner Beilefeldt, afirmou que a liberdade confessional lhes estava sendo negada "na forma mais brutal e sistemática possível".

As mulheres estão sofrendo severamente, segundo Eashida Manjoo, supervisora de violência de gênero.

"Temos informações de mulheres executadas, e relatórios que fornecem sérios indícios de que centenas de mulheres e crianças foram sequestradas, muitos adolescentes foram atacados sexualmente e as mulheres foram vendidas a combatentes do EI", disse.

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