O Parlamento líbio chamou de "terroristas" as milícias islamitas que anunciaram no sábado (23) a tomada do controle do aeroporto de Trípoli, depois de semana de combate.
"Os grupos que atuam sob os nomes de Fajr Libia (Amanhecer da Líbia) e Ansar al-Sharia são grupos terroristas e ilegais que atacam os poderes legítimos", afirma um comunicado oficial.
A Fajr Libia é uma coalizão de milícias islamitas, principalmente de Misrata, uma cidade ao leste de Trípoli. A Anshar al-Sharia, considerada também um grupo "terrorista" pelo governo dos Estados Unidos, controla quase 80% da cidade de Benghazi (1.000 km ao leste de Trípoli), onde resiste à ofensiva do general dissidente Khalifa Haftar.
"Os dois grupos são alvos legítimos do exército nacional, que apoiamos firmemente em sua guerra para forçá-los a interromper as matanças e entregar as armas", afirmaram os deputados do Parlamento, com sede em Tobruk, 1.600 km ao leste da capital.
O Fajr Libia anunciou no sábado que expulsou as milícias nacionalistas do aeroporto internacional de Trípoli.
Um avião bombardeou posições dos islamitas nos arredores do aeroporto e matou 13 combatentes, segundo o Fajr Libia, que acusou Emirados Árabes Unidos e Egito pelo ataque.
O Cairo desmentiu de forma categórica ter bombardeado a região.
Se a tomada do aeroporto pelos jihadistas for confirmada por fontes independentes, seria um importante revés para as milícias nacionalistas de Zenten (oeste), que controlavam o local desde a queda do ditador Muamar Kadhafi em 2011.
Neste domingo, milicianos islamitas atacaram em Trípoli os estúdios do canal de televisão privado Al-Asima, que respalda os nacionalistas de Zenten, segundo a emissora.