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IBGE busca normalizar pesquisa prejudicada por greve

Pesquisa Mensal de Emprego foi divulgada parcialmente, apenas quatro das seis regiões metropolitanas tiveram os dados apurados a tempo

Giovanna Torreão
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Giovanna Torreão
Publicado em 02/09/2014 às 15:45
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A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, afirmou nesta terça-feira, 02, que as equipes do órgão estão trabalhando para normalizar a coleta de dados das pesquisas domiciliares, afetadas pela greve de servidores do instituto, que durou 79 dias. "Tenho feito reuniões quase semanais, justamente para acompanhar o processo de normalização após a greve", disse Wasmália. "Até o momento, a coordenação nos diz que teremos todos os indicadores atrasados da PME", acrescentou.

Em maio, junho e julho, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) foi divulgada parcialmente. Apenas quatro das seis regiões metropolitanas tiveram os dados apurados a tempo. Porto Alegre e Salvador foram afetadas pela paralisação dos servidores. Mesmo assim, o IBGE anunciou que irá divulgar os dados completos juntamente com a PME de agosto, previstos para o próximo dia 25 de setembro.

"Embora a greve tenha sido parcial e nunca tenha envolvido mais que 25% dos funcionários, não foi uniforme nos Estados", explicou Wasmália.

Em relação à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que deve substituir a PME como principal indicador do mercado de trabalho, a presidente do IBGE explicou que Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amapá e Paraíba, entre outros Estados, foram muito afetados. "Estamos montando estratégia para recuperação das informações. A direção está monitorando os acordos (de reposição de horas) para conseguir cumprir as datas", detalhou Wasmália.

Com a greve, o cronograma da Pnad Contínua foi adiado. Os resultados referentes ao segundo trimestre de 2014, que seriam divulgados em 28 de agosto, foram remarcados para 6 de novembro. No início deste ano, quando foi inaugurada, havia previsão de que a Pnad Contínua substituísse a PME com dados de desocupação já em 2015 (quando a PME seria então descontinuada). Agora, pode ser que isso não se confirme.

"Nosso compromisso é que a PME não será interrompida enquanto a Pnad Contínua não estiver produzindo indicador equivalente. Estamos trabalhando para cumprir o prazo e não ter de prorrogar (a PME), mas os usuários não podem pensar que vamos interrompê-la a qualquer custo", garantiu a presidente do IBGE.

Segundo Wasmália, os indicadores equivalentes seriam uma taxa de desocupação nacional publicada mensalmente e um indicador de renda do trabalho (ainda sem definição sobre periodicidade mensal ou trimestral). Nos moldes atuais, a Pnad Contínua é divulgada trimestralmente.

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