A procuradoria do Chile informou nesta quarta-feira (10) que pediu ajuda internacional para conseguir avanços na identificação dos autores do atentado com bomba que, na segunda-feira, deixou 14 feridos perto de uma estação de metrô de Santiago.
"Foi solicitada a colaboração de organismos internacionais para contar tanto com a maior quantidade de antecedentes, como com resultados que sejam fidedignos", afirmou o chefe da Procuradoria Metropolitana Sul, Raúl Guzmán, sem mencionar a quem foi feito o pedido de ajuda.
Na noite de terça-feira, um outro artefato caseiro explodiu na cidade chilena de Viña del Mar (oeste de Santiago), deixando uma pessoa ferida.
Imediatamente, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou um reforço da segurança nas estações de metrô e nos locais de maior movimento e disse que não permitirá "que um grupo reduzido de terroristas e covardes afete a vida que levamos".
A explosão de segunda se deu através de uma bomba caseira, preparada com um extintor repleto de pólvora e um detonador, e deixou 14 feridos, provocando, além disso, pânico em Santiago do Chile.
O modo como o ataque foi realizado aterrorizou os moradores da capital. Uma foto de origem desconhecida que se tornou viral nas redes sociais mostrava uma pichação no transporte público, na qual era possível ler: "A próxima bomba será em um ônibus". O governo analisa a imagem.
A cautela levou ao fechamento momentâneo de várias estações de metrô devido a pacotes suspeitos que acabaram por ser alarmes falsos. Os funcionários do metrô protegeram todas as lixeiras por precaução.
Já a explosão da noite de terça aconteceu diante de um supermercado no setor Gómez Carreño da cidade balneária Vina del Mar.
"O artefato consistia em uma garrafa de plástico com papel, alumínio e ácido muriático", explicou uma fonte da polícia.
A bomba explodiu quando uma gari tirava o lixo do recipiente. A mulher de 43 anos sofreu um traumatismo acústico e posteriormente recebeu alta do hospital.
Segundo Guzmán, estão sendo trabalhadas novas linhas de investigação. "Na análise das imagens de quem temos como suspeitos há dificuldades para identificar as características faciais, mas podemos determinar as características gerais, como tipo de roupa e estatura", assinalou.
Por ora, estão sendo investigados grupos que se denominam anarquistas.
As características da bomba utilizada no metrô são parecidas com as de outras usadas em atentados anteriores, como a da estação de metrô de Los Domínicos, em 14 de julho, que explodiu dentro de um vagão em que não havia passageiros.
Nos últimos anos centenas de artefatos parecidos explodiram sem provocar grandes danos ou feridos graves, mas nunca haviam sido colocados em um local público, de grande movimento e durante o dia.
Dos 14 feridos vítimas da explosão, cinco continuavam hospitalizados na terça-feira, enquanto oito receberam alta, a maioria por lesões auditivas. Uma das vítimas não quis ser atendida em centros médicos, informaram meios de comunicação locais.