Militantes ligados à Al-Qaeda libertaram nesta quinta-feira (11) 45 membros das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) sequestrados há dois dias na Síria. Esta foi a quarta crise gerada pela captura dos chamados capacetes azuis nas Colinas de Golã desde março do ano passado, levantando dúvidas sobre o futuro da missão de monitoramento na região.
Os funcionários da ONU, originários do Fiji, foram sequestrados no lado das colinas controladas pela Síria por insurgentes da Frente Al-Nusra, grupo que luta contra as forças do governo sírio no território disputado pelo país com Israel. A força das Nações Unidas, que reúne mais de 1,2 mil membros e patrulha a zona desde 1974, tem cada vez mais sido afetada pelos efeitos colaterais da guerra civil no país.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que os sequestradores "não fizeram nenhuma demanda e não houve nenhuma concessão" para garantir a libertação dos reféns. "Nenhum resgate foi pago", ele afirmou.
Segundo outro porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq, os funcionários do Fiji estavam em "boas condições". Ele disse que os capacetes azuis atravessaram a fronteira para o lado de Golã controlado por Israel, onde foram levados para um posto da ONU mais ao norte, e então para o Acampamento Faouar, de volta ao território sírio. Uma rede de televisão israelense relatou que os membros das forças de paz receberam comida e atenção médica.
O Qatar, um dos principais países que apoiam os rebeldes no combate do presidente sírio Bashar Assad, contou ter participado das negociações para libertar os capacetes azuis. A agência de notícias oficial do país relatou que o pequeno emirado havia "conseguido libertar os soldados" em resposta a um pedido do Fiji para sua mediação.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, agradeceu os esforços de "todos aqueles envolvidos" na soltura, sem nomear ninguém. Ele pediu que todas as partes respeitem o mandado da força de paz das Nações Unidas e o direito de seus membros de se moverem livremente e de forma segura, de acordo com um depoimento publicado por seu gabinete.
Os soldados do Fiji foram capturados no dia 28 de agosto, um dia após militantes tomarem o controle do lado sírio do posto aduaneiro de Quneitra, antes controlado pelas tropas de Assad. Dois grupos de filipinos também foram presos em outro acampamento da ONU naquele mesmo dia, cercados por combatentes rebeldes que exigiam sua rendição. Eles se recusaram e ambos os grupos acabaram conseguindo escapar - um usando a força, apoiado por aliados irlandeses, e o outro durante a noite. Fonte: Associated Press.