Até 500 imigrantes morreram em um naufrágio na semana passada no Mediterrâneo, anunciou nesta segunda-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
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Dois palestinos resgatados na quinta-feira por um cargueiro italiano afirmaram à organização que quase 500 pessoas estavam a bordo da embarcação. O naufrágio perto de Malta, segundo os depoimentos, foi provocado pelos traficantes.
As autoridades italianas abriram uma investigação. Caso as informações sejam confirmadas, seria o naufrágio com o maior número de vítimas dos últimos anos, especialmente por não ser um acidente e sim um "homicídio em massa", denunciou a OIM.
Os dois palestinos chegaram no sábado a Pozzallo, sul da Sicília, e foram interrogados separadamente. Eles explicaram que partiram de Damietta, no Egito, com outras 500 pessoas, entre sírios, palestinos, egípcios e sudaneses.
De acordo com os depoimentos, os traficantes obrigaram os imigrantes a trocar várias vezes de embarcação. Na quarta-feira, pediram que saltassem para um barco menor e mais precário.
Quando os passageiros se rebelaram, os traficantes, que estavam em outra embarcação, avançaram contra o barco dos imigrantes, que sofreu o naufrágio.
Os dois palestinos foram resgatados no dia seguinte.
"Outros nove sobreviventes foram resgatados por barcos da Grécia e de Malta, mas parece que todos os demais faleceram", declarou à AFP Flavio Di Giacomo, porta-voz da OIM na Itália.