O governo de Bashar Assad cometeu a maior parte das atrocidades durante a guerra civil na Síria de acordo com investigação feita pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O chefe da comissão, Paulo Sergio Pinheiro, afirmou durante painel em Genebra nesta terça-feira (16), que os crimes contra civis cometidos pelo governo sírio excedem os crimes atribuídos aos militantes rebeldes e outros grupo armados.
Os extremistas do Estado Islâmico e os rebeldes dos grupos armados não são os "únicos responsáveis pelas mortes e destruição na Síria", disse o diplomata. "O governo do país permanece responsável pela maioria das mortes de civis", completou.
Segundo o diplomata, os crimes contra civis são cometidos pelo governo da Síria a distância, por meio de bombardeiros, e individualmente, em postos de controle e salas de interrogatório. "Os postos de controle são, muitas vezes, o ponto de partida para uma viagem horrível de desaparecimento, tortura, abuso sexual e, para muitos, a morte", disse Pinheiro.
A comissão da ONU expressou sua frustração com a incapacidade da comunidade internacional em achar uma solução para o conflito que já fez cerca de 190 mil vítimas.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU autorizou a comissão a investigar todas as violações e crimes contra os direitos humanos denunciados desde março de 2011 cometidos na guerra civil da Síria e, quando possível, identificar o responsáveis.
O enviado da Síria Houssam El dine Alaa denunciou o trabalho comissão, alegando que a investigação foi "tendenciosa e pouco profissional", baseado em "testemunhos inacreditáveis".