oriente médio

Crianças sírias morrem após tomarem vacina

Muitas delas sufocaram até a morte, enquanto inchavam, contou o médico Abdullah Ajaj

Karol Albuquerque
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Karol Albuquerque
Publicado em 17/09/2014 às 16:39
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Ao menos 15 crianças, algumas delas apenas bebês, morreram após receberem vacinações nas partes da Síria controladas pelos rebeldes. Os corpos mostraram sinais de "choque alérgico severo" cerca de uma hora após serem vacinados contra sarampo na província de Idlib na terça-feira (16). Muitas delas sufocaram até a morte, enquanto inchavam, contou o médico Abdullah Ajaj, que administrou as injeções em um centro médico na cidade de Jarjanaz.

Não ficou claro o que matou as crianças, mas Ajaj disse em uma entrevista que todas elas exibiam os mesmos sintomas em vários graus. Ele afirmou que era a primeira vez que ele via essas reações a uma vacinação. "Houve barulho e gritaria, foi difícil para os pais. Você leva o seu filho para ser vacinado e então você encontra sua criança morrendo, é muito difícil", contou Ajaj. Não havia respiradores suficientes na clínica, o que tornou a situação ainda pior, acrescentou.

O conflito na Síria, agora em seu quarto ano, levou a um colapso do sistema de Saúde do país nas áreas disputadas, dispersando médicos, destruindo clínicas e dificultando o acesso a remédios e equipamentos. Esforços nacionais de vacinação caíram na desordem, e a poliomielite reapareceu em partes do território sírio no ano passado.

A oposição apoiada pelo ocidente, com sede na Turquia, disse ter suspendido a segunda rodada de vacinação contra sarampo, que teve início na segunda-feira. A campanha deveria beneficiar 60 mil crianças. Em depoimento, os opositores afirmaram que as vacinas usadas na terça-feira estavam de acordo com as normas internacionais, mas não informaram qual poderia ter sido a causa das mortes.

Também nesta quarta-feira, ativistas afirmaram que o número de mortos nos dois dias de ataques aéreos do governo contra a cidade central de Talbiseh chegaram a quase 50. A ofensiva, provavelmente, tinha como alvo um líder rebelde, disseram ativistas. Os mortos incluem uma mulher e seus cinco filhos, que foram esmagados embaixo dos escombros, e um comandante rebelde e seus combatentes, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos, organização com sede na Inglaterra.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 190 mil pessoas morreram desde o começo da insurgência síria em março de 2011. A revolta teve início com protestos pacíficos, mas culminou em uma revolta violenta e, então, uma guerra civil quando o governo respondeu brutalmente às manifestações.

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