Confronto

Irã: Estado Islâmico não será vencido apenas com ataques aéreos

Em discurso, o chanceler iraniano disse que os Estados Unidos tem a "obsessão" de impor sanções ao Irã por seu programa nuclear

Da AFP
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Publicado em 17/09/2014 às 21:46
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Em discurso, o chanceler iraniano disse que os Estados Unidos tem a "obsessão" de impor sanções ao Irã por seu programa nuclear - FOTO: Foto: MRE
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O chanceler iraniano, Javad Zarif, estimou nesta quarta-feira (17) que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) não poderá ser derrotado apenas com ataques aéreos.

Durante um discurso em um centro de estudos em Washington, Zarif acusou diversos países de criar um "Frankestein", ao se referir ao EI, um fenômeno perigoso, e destacou que os jihadistas não serão contidos e muito menos "erradicados apenas com bombardeios aéreos".

Zarif deplorou novamente que Teerã não tenha sido convidado para a conferência internacional de Paris dedicada a montar uma estratégia contra o EI, prevista para a próxima segunda-feira (22), e disse que seu país poderia desempenhar um papel decisivo na luta contra os jihadistas.

Segundo o chanceler, as acusações de Washington ao presidente sírio, Bashar Al Assad, são baseadas na "teoria da conspiração". Os EUA acusam o regime em Damasco de fechar os olhos para as ações do EI com o objetivo de enfraquecer os rebeldes sírios moderados.

No mesmo discurso, Javad Zarif disse que os Estados Unidos tem a "obsessão" de impor sanções ao Irã por seu programa nuclear.

"Estamos comprometidos em resolver este problema", disse Zarif no centro de estudos em Washington, ao questionar a vontade do governo americano de obter um acordo.

O Irã e as seis potências ocidentais (EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) retomarão na próxima segunda-feira, em Nova York, as negociações sobre um acordo sobre o programa nuclear de Teerã.

A questão mais polêmica é o enriquecimento de urânio. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse em julho passado que o Irã quer intensificar sua capacidade de enriquecimento a nível industrial, mas as potências exigem de Teerã um corte na produção para evitar que desenvolva uma arma atômica.

"O Irã demonstrará que esta à altura dos compromissos que assumir", concluiu Zarif.

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