A Alemanha está lançando uma campanha diplomática em apoio aos esforços dos EUA para construir uma coalizão internacional contra a insurgência do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. O governo vai sediar uma conferência em Berlim, no dia 28 de outubro, para discutir a situação da segurança no Oriente Médio com os países vizinhos ao território dominado pelo grupo radical. O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que representantes de Turquia, Líbano e Jordânia devem participar do evento.
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Steinmeier se encontrou com o ministro do Exterior da Turquia, Mevlut Cavusoglu, nesta quinta-feira, após receber a visita do emir do Catar no início da semana e antes do encontro da chanceler Angela Merkel com o primeiro-ministro do Kuwait, marcado para sexta-feira.
Na próxima semana, o ministro alemão vai participar de uma reunião com os ministros do Exterior dos países do G-7 - grupo das sete potencias industriais do mundo - onde serão discutidas estratégias para combater os extremistas islâmicos. O encontro vai acontecer paralelamente à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
O balé diplomático não reflete apenas as preocupações alemãs com a estabilidade no Oriente Médio. As agências de inteligência da Alemanha consideram o grupo extremista islâmico como a principal ameaça à segurança do país, visto que mais de 100 cidadãos alemães ou residentes voltaram ao país após lutar na Síria e no Iraque ao lado dos radicais.
Ainda assim, o governo continua relutante em ter um papel militar direto no Iraque e na Síria, reflexo do receio da opinião pública alemã. Segundo pesquisa divulgada na quarta-feira, dois terços da população teme que o fornecimento de armas ao Iraque para combater o Estado Islâmico possa aumentar o risco de ataques terroristas na Alemanha.
Entre os países do Oriente Médio, os líderes alemães estão especialmente ansiosos para conseguir o apoio da Turquia na luta contra o Estado Islâmico. O país há muito tempo tem sido a principal rota para os europeus recrutados para atuar na Síria ao lado dos radicais islâmicos. O governo turco já foi acusado de fechar os olhos para os viajantes rebeldes, mas, nas últimas semanas, oficias de segurança da Europa afirmaram que os serviços de inteligência da Turquia têm dividido mais informações sobre os militantes.
O ministro do Exterior turco, Cavusoglu, disse que o seu governo está comprometido a combater o terrorismo. Ele acrescentou que a Turquia já havia alertado para o surgimento de novas organizações rebeldes, dado o descontentamento das populações locais com os regimes no Iraque e na Síria.