Os ataques aéreos combinados dos Estados Unidos e de países árabes contra fortalezas do grupo Estado Islâmico na Síria alcançaram seu objetivo estratégico de mostrar aos extremistas que seus atos não passarão impunes, afirmou o general do Exército Martin Dempsey, chefe do Estado Maior das forças norte-americanas.
Os EUA e cinco nações árabes atacaram os quartéis generais dos insurgentes no leste sírio em ofensivas durante a noite desta segunda-feira, usando aeronaves norte-americanas e mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados de dois navios da Marinha localizados no Mar Vermelho e no norte do Golfo Pérsico.
Arábia Saudita, Catar, Bahrein, Jordânia e os Emirados Árabes Unidos participaram dos ataques ou forneceram apoio. Dempsey afirmou que o papel desses aliados era indispensável ao objetivo norte-americano de mostrar que a luta para destruir e derrotar o Estado Islâmico não é apenas dos EUA.
De acordo com o general, esta é uma coalizão inédita com Estados árabes e a parceria deve abrir portas para uma campanha internacional mais ampla contra os extremistas. "Nós queríamos nos certificar que o EIIL saiba que não há porto seguro para eles, e nós com certeza atingimos esse objetivo", disse ele a repórteres em voo à Europa, onde passará uma semana. A sigla EIIL refere-se ao nome antigo utilizado pelo grupo islâmico, que tomou o controle de grandes partes do Iraque e da Síria neste ano.
Dempsey disse que os cinco aliados árabes que haviam concordado em participar dos ataques aéreos reagiram rapidamente ao chamado. No domingo, o militar havia dito a repórteres que seria necessária maior participação árabe antes que Obama pudesse dar início à campanha aérea.
"Assim que tivemos eles conosco, os outros vieram rapidamente", ele disse, acrescentando que a parceria se consolidou nos últimos três dias. "Nós agora temos uma campanha credível contra o EIIL que inclui uma coalização de aliados."
O general destacou repetidamente a importância de ter parceiros árabes e disse ser necessária a expansão de seus papéis para além das ações militares diretas. Segundo ele, as nações precisam ajudar o esforço internacional para cortar o fluxo de financiamento, recrutamento e suporte psicológico que chega ao Estado Islâmico.
"Agora, nós estamos falando do começo de uma campanha aérea", ele lembrou, acrescentando que as ofensivas precisam culminar com o que ele chamou de "outra campanha aérea", o esforço para transmitir ao mundo muçulmano os argumentos do por quê os extremistas precisam ser derrotados.
"Esses líderes precisam - e vão - assumir a responsabilidade de explicar à população do mundo árabe-muçulmano por que nós estamos fazendo o que estamos fazendo, para que nós possamos acabar com o disfarce da legitimidade religiosa com o qual o EIIL se cobriu", ele afirmou.