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Uma corte da Jordânia absolveu o clérigo islâmico Abu Qatada, conhecido por suas declarações favoráveis à Al-Qaeda, da acusação de envolvimento em uma trama, descoberta há mais de uma década, que planejava atacar turistas israelenses e norte-americanos, além de diplomatas ocidentais.
O veredicto deu fim a uma odisseia legal para o religioso muçulmano de 53 anos, que já havia sido considerado um tenente de Osama bin Laden, mas nos últimos meses vem criticando a atuação do grupo militante Estado Islâmico. Abu Qatada foi deportado do Reino Unido para a Jordânia no ano passado, após uma longa batalha contra a extradição.
Os três juízes que determinaram a absolvição de Abu Qatada justificaram a decisão pela "falta de provas convincentes contra ele, afirmou o magistrado Ahmed Qattarneh. Horas após o julgamento, o clérigo foi liberado da prisão e declarado um homem livre, afirmaram seus advogados Husein Mubaidin e Ghazi Althunibat.
O religioso era acusado de envolvimento nos planos para atacar turistas israelense e norte-americanos, além de diplomatas ocidentais, na Jordânia em 2010 - um atentado que ficou conhecido como "complô do milênio". Em junho, ele já havia sido absolvido das suspeitas de participação em outro caso, um plano frustrado de ataque a uma escola dos EUA em Amã. Ele havia negado sua culpa em ambos os julgamentos.
Em resposta ao veredicto, o ministro de Imigração e Segurança do Reino Unido, James Brokenshire, disse que "é correto que o processo tenha sido realizado na Jordânia". Segundo ele, o clérigo havia sido extraditado porque cortes britânicas consideraram que ele representava uma ameaça à segurança nacional. "Abu Qatada continua sujeito à ordem de deportação e à proibição de viajar imposta pelas Nações Unidas. Ele não vai voltar ao Reino Unido", afirmou Brokenshire.
Enquanto estava sob custódia, o religioso se mostrou um crítico influente contra os militantes do Estado Islâmico, que mataram milhares de pessoas, decapitaram reféns ocidentais e capturaram diversos territórios na Síria e no Iraque. Seus comentários refletem a rivalidade entre a Al-Qaeda e os militantes extremistas, que rejeitaram a autoridade central do outro grupo.