O presidente dos EUA, Barack Obama, criticou a resposta internacional à epidemia de ebola na África ocidental, classificando-a como insuficiente para combater a crise que "se espalha numa velocidade alarmante".
Obama, que falou durante reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (25), disse que a doença pode matar dezenas de milhares de pessoas se instituições e países não se comprometerem rapidamente a enviar mais recursos para combater a epidemia.
"Não é o suficiente, ainda existe uma diferença significativa entre o que temos e o que precisamos para combater o surto de ebola", afirmou.
O presidente norte-americano reforçou que instituições como a ONU têm de se mobilizar de maneira ágil e que outros países precisam contribuir com mais trabalhadores de saúde, equipamentos e assistência com transporte aéreo.
Na semana passada, os EUA anunciaram que vão intensificar seus esforços para combater o ebola, enviando cerca de 3.000 soldados para a África ocidental para coordenar a ajuda internacional, construir centros de tratamento e treinar profissionais de saúde.
Obama advertiu outras nações a não ficarem de braços cruzados diante da maior engajamento dos EUA. "Não fiquem parados pensando que o que nós fizemos é suficiente, porque não é", afirmou.
Obama classificou a epidemia como uma ameaça à segurança global. "O ebola é uma emergência de saúde pública que precisa de uma resposta internacional rápida, forte e coordenada", completou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro para o Controle de Doenças e Prevenção dos EUA emitiram alertas sobre o perigo do vírus. Segundo a OMS, o número de casos de ebola confirmados até o dia 21 de setembro chegou a 6.263, incluindo 2.917 mortes. Guiné, Libéria e Serra Leoa são os países mais afetados.
A agência alertou que o número de casos pode crescer exponencialmente, com mais de 20.000 infectados até o começo de novembro, se novas medidas não forem adotadas para conter o vírus. Na pior das hipóteses, desenhada por autoridades médicas norte-americanas, entre 550 mil a 1,4 milhões de pessoas podem ser infectadas pelo vírus até o meio de janeiro na Libéria e em Serra Leoa.