A missão da Organização das Nações Unidas de combate ao ebola abriu seu quartel-general nesta segunda-feira (29) em Gana, de onde vai coordenar a ajuda internacional para ajudar a África ocidental a combater a crise da doença.
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O atual surto de ebola tornou-se o pior já registrado e a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que mais de 3 mil mortes já foram relacionadas à doença. Mesmo estes dados assustadores devem ser menores do que os números verdadeiros, diz a OMS. Libéria, Serra Leoa e Guiné são os países mais atingidos. Senegal e Nigéria também registraram casos, mas não informaram a existência de novos infectados nas últimas semanas.
Após pedidos desesperados de governos e agências de ajuda humanitária, muitas promessas de ajuda foram feitas recentemente. Parte dessas promessas começa a se tornar realidade com a chegada de trabalhadores da área da saúde, luvas cirúrgicas e trajes de proteção para médios e enfermeiros. Mas alguns dizem que a resposta ao surto ainda é muito lenta e aleatória.
A Missão das Nações Unidas para Resposta Emergencial ao Ebola (UNMEER, na sigla em inglês) tem agora a tarefa de descobrir as maiores necessidades e fazer com que a ajuda chegue onde é necessária, disse Christy Feig, diretor de comunicação da OMS, que terá um papel significativo na missão.
O chefe da missão, Anthony Banbury, e seu grupo de trabalho chegaram nesta segunda-feira à capital de Gana, Acra.
Muitos países da região fecharam suas fronteiras com os países mais afetados e suspenderam voos para essas nações. Isso sufocou as rotas para o envio de suprimentos e de trabalhadores da saúde para Libéria, Guiné e Serra Leoa. Mas o Senegal abriu oficialmente um corredor humanitário neste final de semana e aviões da ONU podem agora fazer voos regulares para os países afetados a partir de Dacar. Gana também concordou com uma ponte aérea.
As necessidades deste surto superam continuamente as projeções. A OMS diz que cerca de 1.500 leitos foram montados ou estão em processo de montagem, mas isso ainda deixa uma lacuna de mais de 2.100 leitos. Entre 1.000 e 2.000 trabalhadores internacionais da saúde são necessários. Essas pessoas, além de médicos e enfermeiros locais necessitarão de milhões de trajes de proteção descartáveis para permanecer seguros. Milhares de kits de higiene domésticos também estão sendo enviados para ajudar as famílias a se protegerem em casa.