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Papa quer debate sobre mudanças na família 'com total liberdade'

Francisco quis convocar o sínodo por conta do aumento dos divórcios, das famílias monoparentais, da convivência extramatrimonial e das uniões entre pessoas do mesmo sexo

Da AFP
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Publicado em 03/10/2014 às 17:52
Foto: VINCENZO PINTO / AFP
Francisco quis convocar o sínodo por conta do aumento dos divórcios, das famílias monoparentais, da convivência extramatrimonial e das uniões entre pessoas do mesmo sexo - FOTO: Foto: VINCENZO PINTO / AFP
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O papa Francisco quer que os bispos de todo o mundo debatam em total liberdade sobre o novo modelo de família, um gesto novo e global para que a igreja caminhe com a história, explicou nesta sexta-feira (3) o cardeal Lorenzo Baldisseri.

O italiano, entre os mais próximos do pontífice argentino, ilustrou ante a imprensa os objetivos da primeira assembleia extraordinária de bispos realizada sob o pontificado de Francisco.

"O Papa quer que a igreja se abra", disse o cardeal ao explicar o método de trabalho adotado para tornar mais ágil a assembleia, que será realizada de 5 a 19 de outubro.

Faltando dois dias para a abertura do sínodo, marcado pelas tensões entre conservadores e progressistas, que se enfrentam pela proposta de conceder a comunhão aos divorciados que voltam a se casar, o cardeal lembrou que ao fim dos trabalhos não serão tomadas decisões.

Depois do sínodo extraordinário, o Papa programou para 2015 um sínodo ordinário, durante o qual a Igreja católica pode adotar medidas específicas, fruto da mediação entre setores.

O aumento dos divórcios, das famílias monoparentais, da convivência extramatrimonial e das uniões entre pessoas do mesmo sexo está mudando o modelo de família, e por isso o Papa quis convocar o sínodo.

"A igreja não é estática, caminha com a história. Não é ideologia, é história. É preciso ver a família no contexto atual, que é muito diferente do modelo de 33 anos atrás", disse Baldisseri.

As intervenções dos oradores, de apenas quatro minutos, irão ocorrer por temas durante toda a primeira semana e serão realizadas a portas fechadas para garantir a liberdade do debate, disse o cardeal.

Uma decisão criticada por alguns setores da imprensa, que deseja saber a posição dos presentes.

O número de participantes será de 253 e o papa Francisco acompanhará todas as sessoes, disse Baldisseri.

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