Hong Kong

Protestos em Hong Kong diminuem com acordo de diálogo

Dois dias depois de dezenas de milhares de pessoas terem tomado as ruas da cidade, somente algumas centenas de manifestantes eram vistos nas principais áreas de protesto

Giovanna Torreão
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Giovanna Torreão
Publicado em 07/10/2014 às 11:45
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Dois dias depois de dezenas de milhares de pessoas terem tomado as ruas da cidade, somente algumas centenas de manifestantes eram vistos nas principais áreas de protesto - FOTO: Foto: AFP
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A multidão de manifestantes que encheu as ruas de Hong Kong exigindo mais democracia diminuiu dramaticamente nesta terça-feira, depois de líderes estudantis e o governo terem concordado em realizar negociações. 

Apenas dois dias depois de dezenas de milhares de pessoas terem tomado as ruas da cidade, somente algumas centenas de manifestantes eram vistos nas principais áreas de protesto, mas a avenida de seis pistas que corta o coração do bairro empresarial de Hong Kong continuava bloqueada pelos manifestantes, prejudicando os tráfego e irritando muitas pessoas a caminho do trabalho. 

Apesar da redução do número de ativistas nas ruas, os líderes dos manifestantes afirmam que o movimento está longe de ter sido derrotado e prometem deixar as negociações se a polícia usar a força para retirar os manifestantes remanescentes. 

Na noite de segunda-feira, Lau Kong-wah, subsecretário de Assuntos Constitucionais do território, disse que o governo e os estudantes haviam concordado com termos para as negociações, afirmando que eles entrariam nas discussões em pé de igualdade. 

Lester Shum, líder da Federação de Estudantes de Hong Kong, confirmou o acordo, mas disse que não haviam discutido ou chegado a um consenso sobre uma agenda. A dada para a reunião também não havia sido determinada. 

Mas as autoridades não devem concordar com as exigências imediatas dos manifestantes, que incluem a renúncia do chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying. Eles também demandam uma maior participação nas eleições de 2017 para a escolha do principal líder do território, conhecido como chefe do Executivo do que o governo de Pequim está disposto a permitir. 

Pequim, que controla Hong Kong mas permite muito mais liberdades para seus habitantes do que na China continental, quer que todos os candidatos sejam aprovados por um comitê formado principalmente por magnatas e outras elites. Os estudantes querem que qualquer pessoa possa se candidatar. 

Um porta-voz da polícia disse nesta terça-feira que "a possibilidade de novos confrontos está aumentando" no distrito de Mong Kok, onde uma multidão tentou expulsar os manifestantes no final de semana. Os manifestantes "ocupam a rua ilegalmente há vário dias", disse o porta-voz Steve Hui, acrescentando que as autoridades vão "adotar ações na hora apropriada". 

Confrontos anteriores, porém, foram um tiro pela culatra para o governo. Quando a polícia usou gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra manifestantes desarmados, em 28 de setembro, provocou um recrudescimento do apoio aos protestos, o que levou dezenas de milhares de pessoas para as ruas. 

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