Manifestantes palestinos entraram em confronto com policiais israelenses em uma mesquita de Jerusalém nesta quarta-feira (8). Segundo uma porta-voz da polícia, Luba Samri, três oficiais ficaram levemente feridos na ação e quinze pessoas foram detidas. Não há informações sobre o número de palestinos feridos.
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De acordo com as autoridades locais, dezenas de palestinos deram início à violência jogando pedras em turistas e israelenses quando um santuário da cidade foi aberto para as orações na manhã de hoje, antes do início do festival judaico de Sucot. Os palestinos consideram as visitas como uma provocação e frequentemente respondem com violência.
O local é conhecido como Monte do Templo e é o mais sagrado para o Judaísmo. Já os muçulmanos se referem ao espaço como Nobre Santuário, que é o terceiro mais importante para o Islã.
Os policiais seguiram os manifestantes até a mesquita Al-Aqsa, onde os palestinos se refugiaram e continuaram a atirar objetos como fogos de artifício e outros artefatos pirotécnicos em direção a polícia, disse Samri.
A polícia afirma que os palestinos se prepararam para o confronto antes do início da violência, colocando obstáculos no local para retardar os oficiais. Samri disse também que a polícia respondeu ao ataque com o uso de "meios não letais para o controle de manifestações", sem entrar em detalhes.
Segundo testemunhas palestinas, um clérigo islâmico de perfil radical, Raed Salah, convocou muçulmanos para irem à mesquita na manhã desta quarta. Cerca de 30 jovens palestinos dormiram no local para se preparar para o confronto.
O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, culpou Israel pelo novo atrito e afirmou que o governo está criando tensões deliberadamente.
A decisão do ministro do Turismo de Israel de expandir a entrada para o local em Israel, tomada nesta semana, foi condenada por autoridades palestinas, que a encaram como uma mudança unilateral por parte dos israelenses.
As tensões estão grandes em Jerusalém desde que os militantes do Hamas sequestraram e mataram três adolescentes judeus em junho. Em uma suposta vingança, extremistas judeus mataram um palestino semanas depois.
Os eventos antecederam a guerra de 50 dias na faixa de Gaza que vitimou mais de 2,1 mil palestinos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) e 72 isralenses, dentre eles seis soldados. A guerra teve fim no dia 26 de agosto. Fonte: Associated Press.