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Divorciados que se casam novamente dominam sínodo no Vaticano

Os 250 participantes do Sínodo devem discutir situações difíceis relacionadas às novas realidades familiares

Da AFP
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Publicado em 09/10/2014 às 16:23
Foto: TIZIANA FABI / AFP
Os 250 participantes do Sínodo devem discutir situações difíceis relacionadas às novas realidades familiares - FOTO: Foto: TIZIANA FABI / AFP
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O Sínodo dos Bispos sobre a família atualmente realizado no Vaticano permitiu nos últimos dois dias que fosse feita "uma troca intensa e apaixonada" de opiniões sobre a questão da comunhão para divorciados que se casam novamente , com dois grupos expressando posições opostas, informou o Vaticano.

Os 250 participantes do Sínodo devem discutir situações difíceis relacionadas às novas realidades familiares. As 45 intervenções centraram-se, em sua maioria, na controversa questão do acesso à comunhão para divorciados que voltaram a casar e quase não citaram a homossexualidade.

De acordo com a jornalista da Rádio Vatican Romilda Ferrauto, responsável por informar a imprensa sobre os debates respeitando o anonimato dos participantes, alguns bispos "pensam que todo o edifício pode entrar em colapso", e que o remédio seria "pior que a doença" em caso se abertura, ainda que mínima.

Do outro lado, outros consideram que "a credibilidade da Igreja está em risco, já que poderia perder o contato com os fiéis" se não autorizar caso por caso a comunhão para divorciados recasados. "Nós não estamos aqui para arrancar ervas daninhas, mas para semear", declarou um cardeal.

"Não podemos colocar no mesmo saco os que foram injustamente abandonados e aqueles que abandonaram injustamente", insistiu outro.

Ferrauto ressaltou, no entanto, que todos os membros do Sínodo defendem a indissolubilidade do casamento e nenhum religioso defendeu o acesso a todos os divorciados novamente casados à comunhão.

Segundo Ferrauto, a grande maioria entre os dois grupos não se pronunciou, mas apela para a busca de soluções práticas: grupos de apoio familiar, pastoral da família, preparação para o matrimônio, alívio das regras de anulação ante os tribunais eclesiásticos, etc .

Criticando a ideia de que a abertura aos divorciados poderia reconciliar as famílias com a Igreja, um prelado comentou: "Será que não estamos passando um pano nos móveis para remover a poeira enquanto há uma tempestade de areia lá fora?".

Para ele, informou Ferrauto, a crise da fé em muitas famílias é muito mais profunda: não há oração em casa, nenhuma prática na igreja, nenhuma transmissão da fé ...

O cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, citou, por sua vez, o exemplo de uma católica praticante que se casou com um pai de três crianças abandonado por sua primeira esposa.

Como seu marido, a mulher muito religiosa foi excluída da comunhão. "Não podemos obrigá-la a escolher entre a igreja e este homem e essas crianças", observou ele.

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