O governo de unidade palestino se reuniu nesta quinta-feira (9), em Gaza, pela primeira vez desde sua formação, em junho, depois de anos de hostilidades entre o movimento islamita Hamas, no governo do território, e a Autoridade Palestina, que administra a Cisjordânia.
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O conselho de ministros tentará transmitir a mensagem de que usarão corretamente os fundos destinados à reconstrução da Faixa de Gaza depois da guerra recente com Israel, visando à conferência de doadores que será realizada no domingo no Cairo.
Em setembro, o Fatah e o Hamas acertaram permitir que seu frágil governo de unidade, ameaçado pelas inúmeras divergências entre as partes, voltasse a exercer sua autoridade na Faixa de Gaza.
Este anúncio ocorreu num momento de tensão entre os dois movimentos. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, havia acusado o Hamas de manter um governo paralelo em Gaza e de impedir que o governo de unidade nomeado em junho exercesse sua autoridade no território palestino.
Após anos de divisões, o Hamas e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), cujo principal membro é o Fatah, assinaram em abril um acordo de reconciliação que em junho deu lugar a um governo de unidade formado por independentes.
A decisão deve permitir aos palestinos apresentar uma frente unida durante as negociações indiretas com Israel previstas para o final de outubro. Essas negociações, sob os auspícios do Egito, visam estabelecer uma trégua durável na Faixa de Gaza após a assinatura no final de agosto de um cessar-fogo que acabou com 50 dias de conflito sangrento.
A guerra empreendida por Israel em Gaza nos meses de julho e agosto deixou mais de 2.100 mortos do lado palestino, em sua maioria civis, e mais de 70 entre os israelenses, incluindo 66 soldados.
A reunião desta quinta-feira é fundamental diante da conferência de doadores que será realizada no dia 12 de outubro no Cairo, já que muitas capitais condicionam sua ajuda para a reconstrução de Gaza à presença de um governo de unidade no enclave palestino, uma vez que o Hamas é considerado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como um grupo terrorista.
No início de setembro, especialistas palestinos estimaram em seis bilhões de euros os custos para a reconstrução de Gaza e afirmaram que este processo levaria cinco anos, caso o bloqueio ao território imposto por Israel fosse retirado completamente.