A União Europeia aplica pressão máxima na Rússia e na Ucrânia em encontro oficial em Bruxelas nesta quarta-feira (29), na tentativa de chegar a um acordo sobre o fornecimento de gás natural. Com o fim do mandato do diretor de energia do grupo, Günther Oettinger na semana que vem, a reunião pode ser decisiva para que o acerto entre os países garanta o aquecimento em países europeus durante o inverno.
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Um acordo depende sobretudo da capacidade da Ucrânia em pagar adiantado pelo fornecimento do gás produzido na Rússia. Segundo os termos de um acordo assinado na terça-feira, Kiev terá de desembolsar US$ 1,6 bilhões à vista pelo abastecimento dos meses de novembro em dezembro - um valor que o país ainda precisa levantar.
O governo ucraniano disse que está apto a pagar US$ 3,1 bilhões de suas dívidas com a Gazprom, companhia russa de exploração de petróleo, até o final do ano. Em troca, contudo, Kiev quer garantias de que o acordo não estará sujeito a mudanças políticas em Moscou.
"A nossa ambição comum é chegar a uma solução temporária, um pacote de inverno", disse Oettinger a repórteres nesta quarta-feira. Segundo afirmou na semana anterior, o diretor está pronto para fazer todo o necessário para ajudar os ucranianos, mas que não sabe ainda como Kiev irá garantir o financiamento.
Ao chegar para o encontro, o ministro da Energia da Ucrânia, Yuri Prodan, disse estar esperançoso de que o acordo seria fechado. Contudo, antes ele havia conversado com Maroš Efcovic, o eslovaco que irá suceder Oettinger, sugerindo que as negociações podem prosseguir na semana que vem.
O Wall Street Journal noticiou na terça-feira que a Comissão Europeia está perto de assinar a liberação de duas novas parcelas de empréstimos concedidos à Ucrânia. O valor, de 760 milhões de euros, ajudaria o país a pagar pelo gás e a fazer pagamentos de dívidas internacionais. A chanceler Angela Merkel, na semana passada, disse que Kiev poderá necessitar de um empréstimo-ponte para garantir o pagamento à Gazprom.