O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, confirmou nesta sexta-feira (31) o fim da operação "Mare Nostrum", que salvou cerca de 150.000 imigrantes em um ano.
"A Mare Nostrum chega ao fim", anunciou o ministro à imprensa, depois de informar que a partir de sábado será iniciada a operação "Tritão" para o controle das fronteiras marítimas do Mediterrâneo, financiada e coordenada pelos países europeus.
No dia 7 de outubro, as autoridades italianas anunciaram que, com o início da operação "Tritão", a "Mare Nostrum" chegaria ao fim. Ela foi criada há um ano para enfrentar uma crise na fronteira da Europa, após os trágicos naufrágios que causaram a morte de 400 pessoas.
O fim da "Mare Nostrum" desencadeou críticas por parte de organizações humanitárias, como a Anistia Internacional, e da Igreja Católica, que temem a perda de muitas vidas no Mar Mediterrâneo.
A operação "Tritão" será comandada pela Frontex, a agência da União Europeia para a gestão de fronteiras, e vai se orientar segundo os compromissos adotados entre os países europeus.
"A 'Tritão' não é uma operação de busca e salvamento", advertiu Nicolas J. Beger, diretor do escritório da Anistia Internacional nas instituições europeias. Para Beger, trata-se de um esquema para proteger as fronteiras, e não para proteger as pessoas.
Para a "Mare Nostrum", a Marinha italiana disponibilizou 32 navios, dois submarinos, aviões e helicópteros, mobilizando cerca de 900 soldados, com um custo nove milhões de euros por mês.
A "Tritão" se baseia nos pedidos feitos pela Itália à UE diante da onda de imigrantes clandestinos que fogem de crises humanitárias causadas, em grande parte, por guerras. A operação custará três milhões de euros por mês e envolve oito países.
Os países contribuirão com aviões, barcos e homens. Alguns deles realizarão a coleta de impressões digitais, medida que a Itália não consegue cumprir e que foi adotada para evitar que os imigrantes fujam para outros países para pedir asilo.