A guerrilha das Farc negou neste sábado (1) ter cometido crimes contra a humanidade durante o conflito armado de meio século na Colômbia, dois dias depois de admitir pela primeira vez que suas ações armadas afetaram a população civil colombiana.
"Evidentemente nossas responsabilidades não são em nenhum caso por ter cometido crimes de guerra ou contra a humanidade", afirma a guerrilha em um comunicado lido por seu comandante Pablo Catatumbo, dentro das negociações de paz de Havana.
Catatumbo explicou "quando em algumas de nossas ações militares realizadas durante o conflito aconteceram vítimas não combatentes, isto nunca ocorreu por ataques intencionais contra a população civil".
O guerrilheiro disse que "no calor dos diálogos de paz de Havana, algumas vozes buscam confundir o povo colombiano e a comunidade internacional ao apresentar a guerrilha (...) como uma organização teria cometido crimes contra a humanidade e crimes de guerra durante o longo conflito armado" colombiano.
Ele disse que se este fosse o caso, as Farc teriam perdido o apoio de "amplos setores populares que sustentam nossa luta".
As Forças Armadas Revolucionarias de Colômbia (Farc) admitiram na quinta-feira pela primeira vez que suas ações armadas afetaram a população civil colombiana e não apenas as forças militares, e se declararam dispostas a assumir sua responsabilidade com as vítimas no que lhes diz respeito.
O conflito armado da Colômbia deixou, em 50 anos, 220.000 mortos, em sua maioria civis, e 5,3 milhões de deslocados, segundo números oficiais.