JULGAMENTO

Um ano de prisão para jovem que tentou assistir jogo de vôlei masculino no Irã

Iraniana de 25 anos foi detida em 20 de junho junho em um ginásio de Teerã

Da AFP
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Publicado em 02/11/2014 às 11:15
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Uma iraniana que também tem a cidadania britânica foi condenada a um ano de prisão pela tentativa de assistir a uma partida de vôlei masculino, uma notícia que provocou preocupação ao governo do Reino Unido.

"Nos preocupam as informações que recebemos sobre a condenação de de Ghoncheh Ghavami a 12 meses de prisão, por 'propaganda contra o Estado'", afirma um comunicado do Foreign Office, o ministério britânico das Relações Exteriores.

"Temos dúvidas sobre os motivos nos quais o julgamento foi baseado, se o processo foi adequado e o tratamento recebido por Ghavami no tempo em que esteve detida", completa a nota.

Ghoncheh Ghavami, 25 anos, foi detida em 20 de junho junho em um ginásio de Teerã, quando estava com um grupo de mulheres que desejavam assistir a uma partida da Liga Mundial de vôlei entre Irã e Itália.

Todas as mulheres, inclusive as jornalistas credenciadas, foram impedidas de assistir ao jogo de vôlei masculino entre Irã e Itália no ginásio Azadi de Teerã.

A jovem foi liberada após algumas horas, mas poucos dias mais tarde, quando compareceu à delegacia para retirar seus objetos pessoais, voltou a ser detida.

Uma fonte judicial informou em setembro que a segunda detenção não estava relacionada com a primeira. O julgamento aconteceu no mês passado.

"Segundo a sentença, ela foi condenada a um ano de prisão", afirmou o advogado de defesa Alizadeh Tabatabaie, citado pela imprensa iraniana.

O advogado destacou que, como a cliente não tem antecedentes, uma redução de pena é possível.

As autoridades iranianas afirmaram que Ghavami foi detida não por tentar assistir uma partida de vôlei masculino, e sim por razões de segurança.

A jovem passou 126 dias na famosa prisão de Evin em Teerã, onde fez greve de fome por duas semanas em protesto por sua detenção e pela falta de um processo, segundo a página do Facebook criada por sua mãe, família e amigos para exigir a libertação de Ghavami: a Free Ghoncheh Ghavami.

"Foi neste momento que o governo iraniano abriu um processo por 'propaganda contra o regime'", disse o advogado.

Em setembro, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, insistiu durante um encontro com o presidente iraniano, Hassan Rohani, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, sobre "o impacto que este tipo de caso pode ter sobre a imagem do Irã na Grã-Bretanha"

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