As diversas correntes do nacionalismo russo protestaram nesta terça-feira, em Moscou, em várias passeatas, com posições divergentes sobre o conflito ucraniano e o apoio do Kremlin aos separatistas.
Leia Também
Três manifestações nacionalistas estavam programadas nesta terça-feira em Moscou, com ideologias e objetivos distintos.
A tradicional "marcha russa", que há vários anos reúne os grupos ultranacionalistas, aconteceu na cidade dormitório de Liublino, ao sudeste da capital.
Os pequenos grupos, quase 50, estão divididos este ano a respeito da questão ucraniana. O movimento Ruski (Russos), solidário com os nacionalistas ucranianos que combatem os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, protestou ao lado do Partido Nacional-Democrata, que apoia os insurgentes.
O líder do Ruski, Dmitri Demiushkin, afirmou que os grupos ultranacionalistas aceitaram não gritar frases sobre a Ucrânia para enviar confrontos. Mas o tema do antissemitismo, habitual entre a ultradireita, era bem visível.
"Na Rússia, a máfia judaica é a mais poderosa do mundo. Controla tudo. Onde você vê nacionalistas e nazistas? Somos russos, e isto é tudo", disse Yuri Olegnikov, de 56 anos, que criticou de passagem o presidente Vladimir Putin, "um traidor da nação vendido aos judeus".
A manifestação contava com centenas de pessoas, longe das 10.000 autorizadas pela prefeitura de Moscou.
Demiushkin disse que é contra a guerra civil na Ucrânia porque "existe apenas um povo russo, apesar do que o Estado quer que acreditemos".
Demiushkin denunciou pressões do Kremlin para o cancelamento da manifestação, na qual muitos grupos são contrários ao que consideram política "anti-Rússia" do Kremlin na Ucrânia.
As autoridades moscovitas também autorizaram uma passeata no centro da cidade favorável à independência das regiões ucranianas de Lugansk e Donetsk e a sua integração na Rússia.
No fim da tarde, o partido governante Rússia Unida organiza uma manifestação no centro de Moscou sob o lema "Estamos unidos".