China

Xi apresenta versão chinesa do ''sonho Ásia-Pacífico''

Barack Obama, Vladimir Putin, o primeiro-ministro japonês, assim como os dirigentes do Chile, México e Peru devem ir a Pequim para participar de encontro

Da AFP
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Publicado em 09/11/2014 às 12:45
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Barack Obama, Vladimir Putin, o primeiro-ministro japonês, assim como os dirigentes do Chile, México e Peru devem ir a Pequim para participar de encontro - FOTO: Foto: AFP
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O presidente chinês, Xi Jinping, apresentou neste domingo a visão do "sonho Ásia Pacífico" da China, anfitriã do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que põe em evidência sua crescente influência mundial.

"Temos a responsabilidade de criar e realizar o sonho Ásia Pacífico para as pessoas da região", disse o presidente comunista num encontro com empresários, políticos e intelectuais que precede a cúpula anual de líderes da Apec. Os 21 membros da Apec representam 40% da população mundial, quase metade do comércio mundial e mais da metade o Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente norte-americano, Barack Obama, o russo Vladimir Putin, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, assim como os dirigentes dos três membros latino-americanos (Chile, México e Peru) devem ir a Pequim para participar do encontro.

Pequim trabalha pela criação de uma zona de livre comércio Asia Pacífico (FTAAP, na sigla em inglês), que neutralizaria a Associação Transpacífico (PTT) promovida por Washington. Doze países dos 21 da Apec fazem parte do PTT, entre os quais não está a China, o que é visto por muitos como uma forma de "reequilibrar" a presença dos Estados Unidos na região.

Os ministros da Apec concordaram nos últimos dias em realizar um "estudo estratégico" sobre o FTAAP. Mas o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Michael Froman, disse à imprensa neste domingo que "não se trata do lançamento de uma nova organização, não é o lançamento de um novo Acordo de Livre Comércio". O FTAAP, explicou, é "uma antiga aspiração" que se concluiria a partir de negociações em curso como o PTT, que é "claramente" a prioridade da maior economia mundial.

No rascunho da declaração final da Apec, obtido pela AFP, há menção à "eventual realização" do FTAAP. Mas não é garantido que os líderes irão apoiar o chamado "mapa de Pequim" para o FTAAP. Xi Jinping disse que seu sonho sobre Ásia-Pacífico se baseia num "destino compartilhado" para a região que inclui a paz, o desenvolvimento e benefícios mútuos.

A China prevê investir mais de 1,25 trilhões de dólares no exterior na próxima década, enquanto mais de 500 milhões de turistas chineses viajarão para fora do país nos próximos cinco anos - afirmou o presidente. "Para Ásia-Pacífico e para o mundo em geral, o desenvolvimento da China deve gerar grandes oportunidades e benefícios", agregou. 

Desde que assumiu a presidência há quase dois anos, Xi fala no "sonho chinês", um conceito que muitos consideram ter conotações hegemônicas, e da "revitalização da nação chinesa". Mas Pequim está envolvida em antigas disputas territoriais com o Japão e outros vizinhos da região.

Sob a batuta de Xi, as reivindicações aumentaram de tom. As relações com o Japão pioraram nos últimos tempos pela reivindicação de ambos de um arquipélago no mar da China oriental, conhecido por Tóquio como Senkaku e por Pequim como Diaoyu. A esperança de um tête-à-tête entre Xi e Abe durante a cúpula - que se incia nesta segunda-feira - aumentou depois que os dois países concordaram em tentar melhorar suas relações.

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