Os manifestantes pró-democracia de Hong Kong afirmaram nesta quarta-feira (12) que estão dispostos a ocupar as ruas próximas ao consulado britânico para denunciar o que consideram uma falta de apoio de Londres a sua causa.
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As autoridades locais, apoiadas por um ordem judicial, pediram aos manifestantes que se dispersem e abandonem os três locais que ocupam desde 28 de setembro na ex-colônia britânica, sob a tutela chinesa desde 1997. A Alta Corte autorizou ao governo que recorra à polícia para aplicar as ordens de expulsão.
Os locais ocupados estão repletos de faixas que convocam os manifestantes para um protesto em 21 de novembro nas imediações do consulado de Reino Unido. Os organizadores alegam que Londres não atua contra as "violações" de Pequim ao acordo assinado entre os dois países.
"Estamos irritados com o governo britânico, que há muitos anos nega que a China viola de fato o acordo ao interferir nos assuntos políticos de Hong Kong", declarou à AFP Anna-Kate Choi, coordenadora do grupo "Occupy British Consulate".
"Tem a responsabilidade de assegurar que o acordo seja aplicado corretamente e de que em Hong Kong a democracia seja respeitada, assim como um grau elevado de autonomia", completou. O consulado britânico se recusou a fazer comentários.
Os manifestantes desejam o voto universal sem direito a veto de Pequim, que deseja fazer uma pré-seleção dos candidatos.
A declaração conjunta assinada em 1984 estipula que o socialismo chinês não será exportado a Hong Kong, que deve conservar o sistema capitalista por um período transitório de 50 anos.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que estava "muito preocupado" com o uso de gás lacrimogêneo contra os manifestantes em 28 de setembro. Mas os manifestantes consideram que não é suficiente.