O chefe de Governo italiano, Matteo Renzi, e o ex-primeiro-ministro e bilionário Silvio Berlusconi chegaram a um acordo para a reforma da lei eleitoral, com o objetivo de "garantir a governabilidade" da Itália, um dos problemas crônicos do país.
O acordo foi concluído na quarta-feira à noite pelo jovem líder do governo e pelo magnata que liderou por duas décadas a direita italiana, atualmente em baixa.
O acordo deve ser aprovado no Parlamento antes do Natal e tem como objetivo mudar o sistema eleitoral para propiciar governos estáveis, apoiados por uma maioria ampla e sólida.
"Precisamos de um sistema para governar a Itália, com um vencedor claro na noite das eleições", afirmaram Renzi e Berlusconi, que se reuniram diversas vezes ao longo do ano para debater o tema.
A aliança inusual é "mais sólida que nunca", ressalta o comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira.
Apesar dos muitos detalhes que ainda precisam ser definidos, o pacto entre o empresário do setor de comunicação e líder do partido 'Forza Italia', que está perdendo simpatizantes, e o líder do Partido Democrático (PD) irrita os setores mais à esquerda, assim como os líderes da velha guarda.
Com o novo sistema, o partido que conquistar 40% dos votos terá a maioria das cadeiras, graças a um "bônus de vencedor".
Se nenhum partido alcançar o percentual, um segundo turno deverá ser organizado com os dois partidos que receberam mais votos.
Com a reforma eleitoral, Renzi cumpre uma das promessas feitas ao assumir o poder, em fevereiro, quando anunciou que apresentaria "respostas concretas" para os problemas do país.