Extremistas

Países ocidentais tentam identificar os jihadistas estrangeiros do Estado Islâmico

Membros estrangeiros do grupo radical podem ser vistos no vídeo que reivindica a decapitação de um refém americano e de 18 soldados sírios

Danilo Galindo
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Danilo Galindo
Publicado em 18/11/2014 às 11:31
Foto:  AL-FURQAN MEDIA / AFP
Membros estrangeiros do grupo radical podem ser vistos no vídeo que reivindica a decapitação de um refém americano e de 18 soldados sírios - FOTO: Foto: AL-FURQAN MEDIA / AFP
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Um belga e mais um francês - além do que já foi identificado - podem ser vistos, ao que parece, no vídeo que reivindica a decapitação de um refém americano e de 18 soldados sírios divulgado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

O jornal belga Het Laatste Nieuws informou que um dos 18 homens que aparecem com o rosto descoberto durante a decapitação dos soldados sírios pode ser Abdelmajid Gharmaui, um morador de Vilvorde, subúrbio de Bruxelas.

O jornal publica uma fotografia do de Gharmaui, que se uniu aos jihadistas em outubro de 2012, e a compara com uma imagem extraída do vídeo.

Mas o prefeito de Vilvorde, de onde saíram 30 dos quase 300 belgas que viajaram à Síria e Iraque, afirmou que a informação é falsa.

"Não podemos confirmar nem desmentir. Estamos examinados as imagens", disse um porta-voz do ministério belga do Interior.

Em Paris, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, não descartou na segunda-feira a presença de um segundo francês no grupo dos 18 carrascos.

A justiça do país já identificou um francês, Maxime Hauchard, um jovem normando de 22 anos, convertido ao islã e que viajou às Síria em agosto de 2013.

Vários países europeus e asiáticos investigam a eventual presença de seus cidadãos na decapitação.

Nenhum outro estrangeiro foi formalmente identificado entre os 17 combatentes que aparecem no vídeo, mas vários deles têm aspecto europeu ou asiático.

"O fato de que os rostos dos executores são reconhecíveis mostra, claramente, que são de nacionalidades diferentes, o que é uma maneira de ilustrar a composição internacional do grupo", disse Aymenn al-Tamimi, do Fórum Oriente Médio e especialista em grupos jihadistas.

Na véspera, também houve especulações sobre a presença no vídeo de um possível jihadista britânico a princípio identificado pelo pai, que acabou voltando atrás.

Ahmed Muthana, de 57 anos, havia declarado ao jornal The Daily Mail que um dos jihadistas do vídeo da execução de Kassig e de 18 homens parecia ser seu filho, Nasser.

Contatado pela BBC, Muthana indicou, no entanto, que não era seu filho. "Não parece com ele, há muitas diferenças. Este tem um nariz maior, e meu filho tem um nariz chato", afirmou, vendo o vídeo.

Falando anteriormente ao britânico Daily Mail, o pai deu declarações diferentes.

O britânico em questão seria Nasser Muthana, um estudante de medicina originário de Cardiff (Grã-Bretanha). Muthana teria ido para a Síria, onde se encontrou com seu irmão mais novo, Aseel, de 17 anos, segundo a BBC.

No mesmo vídeo também apareceria o britânico conhecido como "Jihadi John", que seria o homem com o rosto coberto atrás da cabeça decapitada do refém americano Peter Kassig.

"Jihadi John", que recebeu o apelido da imprensa britânica e fala com sotaque do subúrbio de Londres, é considerado o assassino de James Foley e Steven Sotloff, dois jornalistas americanos decapitados nos últimos meses, ao lado dos trabalhadores humanitários britânicos Alan Henning e David Haines.

Depois da decapitação de Kassig, o Pentágono informou que o presidente Barack Obama ordenou uma revisão completa dos procedimentos aplicados no caso de sequestros no exterior.

O presidente solicitou recentemente uma análise completa da política do governo americano sobre os casos de tomada de reféns no exterior relacionados com o terrorismo", afirmou a secretária assistente de Defesa, Christine Wormuth, em uma carta publicada no site The Daily Beast.

A carta, com data do dia 11 de novembro, foi revelada um dia depois da divulgação na internet de um vídeo da execução de Peter Kassig.

A decapitação de Kassig aconteceu alguns dias depois do anúncio de Obama sobre uma "nova etapa" no Iraque, com o envio de 1.500 conselheiros militares adicionais, o que elevará o contingente neste país árabe a 3.100.

O governo dos Estados Unidos descarta o envio de tropas de combate ao Iraque, limitando-se a apoiar as tropas iraquianas com bombardeios e o envio de conselheiros para reorganizar o exército iraquiano.

Segundo uma fonte do comando militar, após a reconquista da cidade de Baiji, norte do país, na semana passada, o exército começou a preparar uma ofensiva contra a cidade de Tikrit, ao norte de Bagdá.

Na Síria, os combatentes curdos conseguiram avançar em Kobane, expulsando os jihadistas do EI de vários edifícios do centro da cidade, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O avanço aconteceu horas depois de quatro bombardeios aéreos dos Estados Unidos e de seus aliados.

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