O presidente do México, Enrique Peña Nieto, declarou publicamente nesta quarta (19) seu patrimônio, em meio à polêmica em torno da mansão de sua mulher que foi feita por uma empreiteira suspeita de ter sido beneficiada pelo seu governo.
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Em discurso, ele afirmou ter ao todo cerca de 45,2 milhões de pesos mexicanos (R$ 8,6 milhões). Os maiores ativos são os nove imóveis em seu nome -quatro casas e quatro terrenos doados por seus pais e um apartamento herdado de sua primeira mulher, que morreu.
O mais caros dos imóveis é avaliado em 6,9 milhões de pesos (R$ 1,3 milhão). Além deles, Peña Nieto afirma ter dois lotes de obras de artes de 3 milhões (R$ 560 mil), assim como joias, relógios, contas, um fundo de investimento de 13 milhões (R$ 2,45 milhões) e mais 3 milhões em ouro.
O montante declarado pelo presidente como seu patrimônio é menos que o valor da mansão comprada por sua mulher, a atriz Angelica Rivera, avaliada em 54 milhões de pesos (R$ 10,2 milhões), o que despertou desconfiança.
Segundo a revista "Proceso", alguns dos terrenos doados pelos pais do mandatário na década de 1980 foram declarados com valores irrisórios em pesos antigos, não contribuindo de forma significativa para o montante da declaração. O gabinete presidencial mexicano ainda não comentou sobre a denúncia.
MANSÃO - Na terça (18), a mulher de Peña Nieto, a atriz Angelica Rivera, disse que venderá a mansão. Em vídeo, Rivera disse que comprou a mansão com a rescisão de seu contrato de atriz no canal Televisa. Ela pretende se desfazer do imóvel "para que não seja pretexto para difamar a minha família".
A compra do imóvel foi acertada em 2010, meses após se casar com o atual presidente com separação de bens. Ela contratou a construtora Ingenería Inmobiliaria del Centro para fazer o imóvel e comprar os dois terrenos onde ele foi instalado.
Para quitar a dívida, Rivera fez um financiamento de oito anos com a empresa, a quem disse ter pago 30% dos 54 milhões de pesos (R$ 10,2 milhões) que vale a casa. O resto pertence à construtora.
A empreiteira é do Grupo Higa, que, por meio de outra subsidiária, fez parte do consórcio vencedor da licitação do trem-bala entre a capital mexicana e Querétaro.
A concorrência do trem-bala foi cancelada no dia 6 por Peña Nieto após a oposição questionar a legitimidade do processo. Dias antes da licitação, todas as demais concorrentes desistiram da obra.
O grupo, do empresário Juan Armando Hinojosa, realiza mais de cem obras no Estado do México, governado por Peña Nieto até 2012, e projetos do governo federal.
Dentre elas, está a reforma do hangar presidencial mexicano. Em nota, o porta-voz da Presidência, Eduardo Sánchez, descartou conflito de interesses entre o mandatário e a empreiteira e disse que o Grupo Higa ganhou só uma licitação do governo federal.