A conectividade e a colaboração podem alimentar novas redes globais que permitam a milhões de crianças pobres ter acesso a inovações que melhorem sua qualidade de vida, destaca um relatório divulgado nesta quinta-feira pela UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Apresentado em Nova York por ocasião do 25º aniversário da Convenção dos Direitos das Crianças, o relatório "Reimaginando o futuro: inovação para cada criança" destaca a necessidade de uma "ação urgente para se evitar que milhões de crianças fiquem à margem dos benefícios" dos progressos tecnológicos.
"Em alguns lugares, os carros funcionam apenas com eletricidade e até sem motorista, mas em outros locais formulários médicos essenciais ainda são preenchidos a mão e a falta de infra-estrutura significa prazos de 30 dias entre uma clínica rural e um laboratório da capital".
Entre os exemplos do que é possível fazer pelas crianças em matéria de inovação e com poucos recursos, o estudo apresenta vários casos, como um aparelho de áudio solar, desenvolvido em Botsuana e Zimbabue por Tendeyaki Katsiga, da Deaftronics, para locais onde não há acesso regular à eletricidade.
Outro exemplo é o "Vibrasor", dispositivo eletrônico que melhora a segurança de deficientes auditivos nas ruas, inventado por Isamar Cartagena, de 17 anos, e Katherine Fernández, 20, dois estudantes da cidade colombiana de Antioquia.
Em seu site, a UNICEF também revela as "escolas flutuantes" inventadas em Bangladesh para que as crianças possam ter aula durante todo o ano, mesmo nas regiões sujeitas a inundações.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância criou laboratórios de inovação em muitos dos 190 países nos quais trabalha, entre eles Afeganistão, Chile, Kosovo, Uganda e Zâmbia.