Europa

Ucrânia denuncia presença de 7.500 soldados russos no leste do país

Otan advertiu nesta semana contra o reforço das tropas, a artilharia e o sistema de defesa russos dentro da Ucrânia e no lado russo da fronteira

Da AFP
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Publicado em 22/11/2014 às 8:38
Foto: ALEXANDER KHUDOTEPLY / AFP
Otan advertiu nesta semana contra o reforço das tropas, a artilharia e o sistema de defesa russos dentro da Ucrânia e no lado russo da fronteira - FOTO: Foto: ALEXANDER KHUDOTEPLY / AFP
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A Ucrânia denunciou a presença de 7.500 soldados russos no leste do país, onde seu exército combate os separatistas pró-russos, um dia após a nova coalizão parlamentar ucraniana prometer reativar sua aproximação com a Otan.

"A presença de 7.500 representantes das forças armadas russas no território ucraniano é um fator perturbador que nos impede de estabilizar rapidamente a situação em nosso país", declarou na sexta-feira o ministro da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, em uma reunião com adidos militares estrangeiros, segundo um comunicado publicado neste sábado no site do ministério.

Diante desta ameaça, a Ucrânia tem a intenção de "aumentar o número de suas forças armadas", prosseguiu o ministro, acrescentando que "infelizmente a estabilização da situação no leste da Ucrânia não depende apenas de nós".

Olhares voltados para a Otan

A denúncia do ministro da Defesa ocorre um dia após a nova coalizão parlamentar apresentada na sexta-feira na Ucrânia se comprometer a fazer da adesão à Otan uma prioridade, acentuando a aproximação com o Ocidente desta ex-república soviética.

Cinco partidos pró-ocidentais que venceram as legislativas de 26 de outubro anunciaram na sexta-feira a criação de uma coalizão que, pela primeira vez na história, contará com votos suficientes para emendar a Constituição.

Segundo o texto do acordo, o objetivo é "anular o status de não alinhado da Ucrânia", incluindo na Carta Magna, e "reativar a política em relação a uma adesão à Otan".

A Otan, uma aliança militar de 28 nações, que inclui Estados Unidos, advertiu nesta semana contra o reforço das tropas, a artilharia e o sistema de defesa russos dentro da Ucrânia e no lado russo da fronteira.

Por sua vez, o exército americano anunciou ter entregado à Ucrânia três radares para detectar e localizar disparos de morteiros.

Os radares foram enviados a Kiev a bordo de um avião C-17 que viajou junto ao vice-presidente americano Joe Biden, que efetuou nesta semana uma visita à Ucrânia por ocasião da comemoração do primeiro aniversário do início das manifestações pró-ocidentais em Kiev.

No total, os Estados Unidos preveem entregar à Ucrânia 20 radares antimorteiro nas próximas semanas.

Por enquanto, o presidente americano, Barack Obama, rejeita entregar armas e munições à Ucrânia, e optou por fornecer material não letal, como radares, lentes de visão noturna e coletes à prova de balas.

Desde o início do conflito no leste da Ucrânia, em abril, 4.137 pessoas morreram, incluindo as 298 pessoas do Boeing da Malaysian Airlines derrubado em julho, e outras 9.921 ficaram feridas.

Desde a trégua assinada em 5 de setembro, quase mil pessoas morreram em combates entre o exército ucraniano e as milícias separatistas, uma média de 13 mortos por dia, segundo um relatório da ONU divulgado na quinta-feira.

A Ucrânia também acusou na sexta-feira a Rússia de realizar disparos contra seu território pela primeira vez desde que esta trégua foi acordada.

A situação atual na Ucrânia criou uma tensão sem precedentes entre o Ocidente e a Rússia desde o fim da Guerra Fria, há quase 25 anos.

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