Oriente Médio

Aviação síria mata 95 em reduto do Estado Islâmico

A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que, entre os 95 mortos, 52 vítimas eram civis e que não sabe se as demais seriam jihadistas

Da AFP
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Publicado em 26/11/2014 às 22:40
Foto: SAFIN HAMED / AFP
A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que, entre os 95 mortos, 52 vítimas eram civis e que não sabe se as demais seriam jihadistas - FOTO: Foto: SAFIN HAMED / AFP
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A aviação síria matou ao menos 95 pessoas em Raqa, reduto do grupo Estado Islâmico (EI), antes de uma reunião crucial nesta quarta-feira entre uma delegação do regime de Bashar al-Assad com o presidente russo e aliado, Vladimir Putin.

A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que, entre os 95 mortos, 52 vítimas eram civis e que não sabe se as demais seriam jihadistas do EI, o grupo extremista que controla Raqa.

Segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, alguns pontos atacados ficam perto das posições do EI e vários jihadistas teriam morrido.

Os dois ataques aéreos sucessivos tiveram como alvo a zona industrial de Raqa.

"Depois do primeiro ataque, as pessoas começaram a correr para ajudar as vítimas e, neste momento, aconteceu o segundo ataque", disse Abdel Rahman.

Vídeos divulgados na internet por ativistas de Raqa mostram corpos ensanguentados nas ruas.

Raqa é a única capital provincial controlada pelo EI desde que este grupo extremista sunita entrou na Síria em 2013. A cidade virou o reduto do Estado Islâmico no país.

O regime sírio iniciou nos últimos meses uma série de ataques contra as posições do EI nas regiões norte e leste da Síria.

Nas últimas semanas vários locais controlados pelo EI em Raqa e na sua região foram atingidos por ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Um fonte da segurança de Damasco confirmou à AFP que a aviação nacional atacou posições do Daesh (acrônimo em árabe do EI).

O regime de Bashar al-Assad, que aproveitou a guerra entre o EI e os outros insurgentes iniciada em janeiro e que já deixou cerca de 4.000 mortos, começou recentemente a atacar as oposições do EI no norte e leste da Síria.

Raqa e seus arredores, que antes da guerra tinham mais de 200 mil habitantes, também foram bombardeados por aviões da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Um alto oficial sírio afirmou que Damasco "não coordena" suas operações com a coalizão internacional, mas um militante em Raqa, Nael Mustafa, afirmou à AFP que "a coalizão sabe quando a cidade será atacada", e denunciou a morte de vários civis.

- Putin recebe chanceler sírio -

Nesta quarta-feira, na cidade russa de Sochi, uma delegação síria de alto nível, dirigida pelo ministro das Relações Exteriores Walid Mualem, foi recebida pelo presidente russo, Vladimir Putin.

O objetivo declarado do encontro era reativar as negociações de paz entre o regime sírio e uma parte da oposição, mas após a reunião, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, descartou a ideia de uma "conferência" internacional para retomar as conversações entre as partes em conflito e considerou que a retomada do diálogo exigirá tempo.

Durante a reunião, foi analisado o pedido de Damasco para antecipar a entrega de mísseis terra-ar russos S-300, segundo as agências de notícias russas.

Segundo o jornal Al Watan, vinculado ao regime, a Rússia tenta organizar um diálogo entre as partes sírias em Moscou, que inclua principalmente os opositores independentes da Coalizão da Oposição, o principal grupo que se opõe a Bashar al-Assad.

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