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Mortos por intoxicação em prisão venezuelana sobe para 33

Cerca de 150 presos ficaram intoxicados em uma tragédia que as autoridades atribuíram a uma tentativa dos detentos de se autointoxicar com medicamento

Da AFP
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Publicado em 28/11/2014 às 18:05
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O número de detentos mortos por intoxicação na prisão venezuelana de Uribana (norte) aumentou para 33 depois que sete morreram em hospitais, denunciou nesta sexta-feira (28) a ONG Observatório Venezueolano de Prisões (OVP), ao passo que as autoridades mantêm a cifra oficial de 13 mortos.

Além disso, cerca de 150 presos ficaram intoxicados em uma tragédia que as autoridades atribuíram a uma tentativa dos detentos de se autointoxicar com medicamentos.

O ministério dos Serviços Penitenciários informou na noite de quarta-feira que presos que realizavam uma greve de fome na prisão de Uribana (Estado de Lara) "entraram violentamente na área da enfermaria, atacaram a farmácia e os escritórios e começaram a ingerir múltiplos fármacos", como antibióticos, antiepiléticos e anti-hipertensivos.

O protesto teria começado na segunda-feira para denunciar o que os réus classificam como tratamento desumano e violações dos direitos humanos ordenadas pelo diretor da prisão.

O OVP declaro à AFP que, segundo denúncias de familiares dos detidos, eles teriam ficado doentes depois de beber água fornecida pelas autoridades. "Os presos não são tão estúpidos para tomar um medicamento sem ler", afirmou Humberto Prado, diretor da ONG.

O Ministério Público venezuelano designou uma equipe de procuradores e especialistas em criminalística para investigar o incidente.

Além da intoxicação em Uribana, na quarta-feira o Ministério Público informou sobre a fuga de 41 detidos que abriram "um buraco nas paredes das celas" de um centro de detenção provisório nos arredores de Caracas.

Os dois fatos somam-se à lista de incidentes no sistema penitenciário venezuelano, caracterizado pela superlotação, pelas denúncias de violação dos direitos humanos, corrupção e violência, tráfico de armas e drogas por parte de máfias e gangues dentro das prisões, ao mesmo tempo em que o governo diz aplicar um regime de humanização e disciplina.

Na primeira metade de 2014, 150 detidos morreram em diferentes episódios de violência em diversos centros na Venezuela, segundo o último relatório semestral do OVP.

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