Pelo menos 50 jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) morreram nas últimas 24 horas durante combates em Kobane, cidade curda da Síria na fronteira com a Turquia, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"Morreram em ataques aéreos da coalizão dirigida pelos Estados Unidos, em combates contra os curdos e em cinco atentados suicidas em vários lugares de Kobane", afirmou a ONG, que destacou que este é um dos piores balanços em um dia para os jihadistas desde que lançaram sua ofensiva contra a cidade.
O EI, que controla amplas faixas do território sírio e iraquiano, tenta conquistar Kobane desde meados de setembro, mas enfrenta uma resistência feroz por parte dos curdos, que recebem o apoio da coalizão internacional.
Os aviões dos Estados Unidos e seus aliados também realizaram numerosos ataques aéreos em Raqa e nos arredores da cidade do norte da Síria, que se transformou na "capital" do EI. Alcançaram 30 posições jihadistas, segundo a OSDH, que não divulgou o número de vítimas.
Em Kobane, o Estado Islâmico conduziu no sábado um duplo ataque suicida contra o posto localizado na fronteira da cidade, controlado pelos curdos. Os líderes do principal partido curdo sírio (PYD) e o OSDH afirmaram que os homens-bomba do EI vieram pelo lado turco da fronteira - informação que Ancara qualificou como uma "mentira descarada".
Depois de ceder territórios devido às ofensivas curdas e da coalizão, "os jihadistas tentaram surpreender as forças curdas com esses ataques suicidas, mas fracassaram", disse Rahman.Os combatentes do EI querem tomar o posto fronteiriço para cortar a rota de abastecimento dos curdos e para poder cercar a cidade de Kobane por completo.
Em caso de êxito, os jihadistas conseguiriam controlar uma larga faixa do território na fronteira entre Síria e Turquia. O coordenador americano da coalizão internacional considerou, na semana passada, que os jihadistas haviam cavado sua própria cova em Kobane e que não conseguiram tomar a cidade.
"Como eles continuam enviando reforços, vamos continuar os bombardeios", acrescentou o general reformado John Allen. Damasco considera que os bombardeios têm pouco impacto sobre os jihadistas. "O Daesh (acrônimo do EI em árabe) estaria mais fraco hoje após mais de dois meses de ataques da coalizão? Todos os indicadores mostram que não", opinou esta semana Walid Muallem, chefe da diplomacia do regime de Bashar al-Assad, que combate jihadistas e rebeldes que buscam sua queda há mais de três anos.
O conflito sírio começou em março de 2011 com um movimento de contestação pacífica que se transformou em uma rebelião armada frente à dura repressão do regime. A guerra civil, contudo, foi ofuscada nos últimos meses pela ascensão do grupo jihadista, em particular o EI, que souberam aproveitar o conflito para crescer.
Em Aleppo, no norte do país, uma mulher e seus três filhos foram abatidos na noite de sábado por um obus de fabricação caseira lançado pelos rebeldes sobre um bairro pró-Assad, informou neste domingo o OSDH.