O chefe de uma tribo iemenita afirmou nesta segunda-feira que sete civis morreram na operação frustrada de resgate que custou a vida de um refém americano e de um sul-africano, e pediu indenizações ao governo do Iêmen.
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"Pedimos ao governo de Sanaa que examine o caso dos sete civis mortos e o de uma mulher e de uma criança feridos durante a operação de resgate, com o objetivo de compensá-los", declarou à AFP Tarek Férid al-Daghari, líder do clã ao qual pertence a tribo dos Al-Awlaki, influente na província de Chabwa (sudeste).
As autoridades iemenitas não registraram vítimas civis depois da operação durante a qual Luke Somers, um fotojornalista americano de 33 anos sequestrado em setembro de 2013 em Sanaa, e Pierre Korkie, um professor sul-africano que era mantido como refém desde maio de 2013, "foram assassinados pelos terroristas da Aqpa" (Al-Qaeda na Península Arábica), de acordo com o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel.
O chefe tribal afirmou "que tem provas da participação de soldados iemenitas na operação" de sábado em um aldeia de Chabwa.
Ao contar o ocorrido, ele afirmou que as forças especiais americanas atacaram "um bloco de três casas em que moravam três irmãos, incluindo um integrante da Al-Qaeda", além "da de seu pai, Abdallah al-Awaj al-Daghari, de 70 anos, situada a 150 metros".
Antes do ataque, seis integrantes da Al-Qaeda, "incluindo três sauditas, chegou com os dois reféns para fazer uma parada antes de continuar sua viagem", contou. "Mas, pouco depois, o ataque aconteceu" e "os três irmãos e seu pai foram mortos".
No total, "dois integrantes da Al-Qaeda e sete civis morreram, enquanto uma mulher, uma criança e dois sauditas ficaram feridos", disse, indicando que os outros terroristas conseguiram fugir.
Segundo ele, cinco integrantes da família de um insurgente da Al-Qaeda estão entre os mortos.
O governo iemenita afirmou que dez supostos combatentes da Al-Qaeda tinham sido mortos e que quatro integrantes das forças antiterroristas iemenitas haviam ficado feridos na operação.