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ONU e grupos de direitos humanos pedem julgamento por torturas da CIA

Autoridades americanas da CIA e do governo que planejaram e sancionaram os crimes devem ser julgados

Da Folhapress
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Publicado em 10/12/2014 às 9:28
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A ONU e outras organizações de direitos humanos pediram a acusação dos responsáveis pelas torturas praticadas pela CIA e reveladas por uma investigação do Senado dos EUA.

O relator especial da ONU para direitos humanos e contra-terrorismo, Ben Emmerson, disse que as autoridades americanas da CIA e do governo que planejaram e sancionaram os crimes devem ser julgados.

"Por uma questão de direito internacional, os EUA são legalmente obrigados a levar os responsáveis à justiça", disse Emmerson em um comunicado na terça (9).

O relatório do Senado sobre as técnicas empregadas por agantes da CIA nos anos seguintes ao 11 de Setembro tem mais de 6.000 páginas e levou cinco anos para ser feito.

Divulgado na terça, um resumo traz detalhes sobre as torturas a que foram submetidos detentos em prisões clandestinas pelo mundo, como espancamentos, simulação de afogamento, privação de sono por mais de uma semana e até alimentação retal.

"O procurador-geral dos Estados Unidos tem o dever legal de apresentar acusações criminais contra os responsáveis", disse Emmerson.

O diretor da Human Rights Watch, Kenneth Roth, também disse que as ações da CIA eram criminosas.

"A não ser que esse importante processo de contar a verdade leve à acusação de oficiais, a tortura vai continuar como uma opção política para futuros presidentes", disse.

A Anistia Internacional afirmou que o informe deixa claro que a CIA atuou ilegalmente desde o primeiro dia e que os interrogatórios brutais não foram operações espontâneas fora de controle.

"É um informe atormentador. É impossível lê-lo sem sentir uma imensa indignação pelo fato de nosso governo estar envolvido nesses crimes terríveis", disse Anthony Romero, diretor executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês).

Emmerson disse ainda que uma política havia sido claramente orquestrada pelo governo de George W. Bush, permitindo "estes crimes sistemáticos e violações flagrantes contra os direitos humanos".

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