Ao menos 185 pessoas foram sequestradas por islamitas do grupo Boko Haram na aldeia de Gumsuri, no nordeste da Nigéria, declararam nesta quinta-feira (18) dois dirigentes locais e o chefe de uma milícia.
Os criminosos também mataram 32 pessoas nesta aldeia, que se encontra no estado de Borno (epicentro da insurreição) e na região de Chibok, onde o Boko Haram sequestrou mais de 200 estudantes em abril.
Segundo as autoridades locais interrogadas pela AFP, que pediram o anonimato, a lista dos desaparecidos foi elaborada por agentes e dignitários do povoado junto com as famílias das vítimas.
Uma das chefes da milícia assentada nesta região, Usman Kakani, informou sobre 191 mulheres e crianças sequestradas.
No ataque, cometido no domingo, os islamitas obrigaram os reféns a subir em caminhões e os levaram para a floresta de Sambisa, um de seus redutos, segundo as autoridades locais.
Gumsuri encontra-se 70 km ao sul de Maiduguri, na estrada que une a capital do estado de Borno com Chibok.
As informações sobre este ataque levaram quatro dias para ser divulgadas, principalmente devido à ausência quase total de telefonia móvel e ao mau estado das estradas na região.
De fato, as pessoas que conseguiram fugir no momento do ataque não puderam ir diretamente a Maiduguri e se viram obrigadas a percorrer centenas de quilômetros na direção contrária antes de se dirigir à capital provincial.
O sequestro das estudantes em Chibok, 219 das quais seguem nas mãos do Boko Haram, comoveu a comunidade internacional e motivou a campanha #Bringbackourgirls nas redes sociais. Os islamitas costumam tomar mulheres como reféns nesta região da Nigéria.
O Boko Haram utiliza as mulheres e meninas como escravas sexuais e para tarefas domésticas em seus acampamentos, e também na linha de frente de combate, segundo um relatório recente da Human Rights Watch.