Em entrevista à rede americana CNN, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (21) que fará "tudo o que puder" para fechar a prisão americana de Guantánamo, em Cuba, que abriga presos acusados de terrorismo.
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Segundo Obama, a manutenção do complexo custa ao governo "milhões de dólares por preso" e, além de prejudicar a imagem do país no exterior, serve de "estímulo para jihadistas".
"Guantánamo é contrária aos nossos valores e é muito cara. [Por isso] temos reduzido a população ali significativamente", disse.
Neste mês, dez pessoas foram libertadas da prisão. Com as transferências -a de seis presos para o Uruguai no início deste mês e a de quatro para o Afeganistão neste sábado (20)-, restaram 132 prisioneiros.
Destes, 63 são avaliados pelo governo americano como "libertáveis" e 15 como de "alto valor" -entre eles o suposto autor intelectual dos atentados do 11 de Setembro, Jalid Sheij Mohamed.
A transferência dos presos foi vista como um passo em direção à desativação da prisão americana, promessa de campanha de Obama.
RELAÇÃO COM CUBA - A retomada das relações diplomáticas entre EUA e Cuba, anunciada nesta semana, contudo, não deve ajudar Obama nesta tarefa.
Segundo a revista "Time", além da resistência do Congresso dos EUA em aceitar o julgamento dos prisioneiros em solo norte-americano e da dificuldade de encontrar países dispostos a recebê-los, pesam os interesses militares para a manutenção da base.
Em 2012, o general Douglas Fraser, então número um do Departamento de Defesa para o continente americano, já havia afirmado ao Congresso que Guantánamo era fundamental aos interesses dos EUA na América Latina e não deveria ser deixada nem após o fim do regime dos irmãos Castro em Cuba.