As autoridades francesas pediram nesta segunda-feira (22) calma à população e que não sejam tiradas conclusões apressadas sobre os ataques ocorridos no fim de semana contra civis e policiais por parte de pessoas que proclamavam que "Alá é grande".
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Neste contexto, a promotoria informou que motorista do carro que atropelou 13 pessoas no domingo em Dijon, centro-leste da França, sofre de uma patologia psiquiátrica e, por isso, o ataque não pode ser considerado um ato terrorista.
Ele disse ter agido voluntariamente e sozinho, pensando no sofrimento das crianças da Palestina e da Chechênia. Na noite de domingo, ele atropelou vários pedestres aos gritos de "Alá é grande", em árabe, deixando 11 feridos, dois deles em estado grave.
Esse incidente aconteceu um dia depois do ataque a uma delegacia de Joué-lès-Tours, outra localidade do centro da França, no qual um homem feriu três policiais com uma faca, também aos gritos de "Alá é grande".
Bertrand "Bilal" Nzohabonayo, francês de 20 anos e origem burundinesa, foi morto a tiros depois de agredir com uma faca policiais franceses aos gritos de "Alá é grande".
O agressor, convertido ao islã e que exibia em sua página do Facebook uma bandeira do grupo Estado Islâmico (EI), tinha antecedentes por crimes comuns, tráfico de entorpecentes, extorsão ou roubo.
Segundo pessoas que o conheciam, ele passou a usar o nome Bilal depois de sua conversão ao islã.
Fontes antiterroristas atribuem a ele uma conta no Facebook que exibe desde quinta-feira uma bandeira do EI, que realiza uma ofensiva na Síria e Iraque.
O irmão de Nzohabonayo foi detido no mesmo dia do ataque na cidade de Bujumbura, segundo as autoridades do país africano.
"Detivemos Brice Nzohabonayo no sábado quando ele visitava um de seus tios em Bujumbura, para onde viajou vindo da França para passar alguns dias", afirmou o porta-voz do Serviço Nacional de Informação (SNR), Telesphore Bigirimana.
PÂNICO - Em um momento no qual se teme que ocorram ataques jihadistas na França, depois da possível volta de militantes que combateram na Síria e no Iraque, o presidente François Hollande, pediu no conselho de ministros que não ceda ao pânico.
Por sua parte, o porta-voz do governo, Stephane Le Foll, destacou que "não há relação entre os fatos ocorridos em Joue-les-Tours e em Dijon.
"O medo é o objetivo dos terroristas, o nervosismo é uma primeira vitória para eles", afirmou o ministro do Interior Bernard Cazeneuve.
O funcionário acrescentou na França, a ameaça é real e que é preciso antecipá-la para poder controlá-la.
No entanto, assinalou que "lutar contra o medo é lutar contra o terrorismo".
Ao contrário do motorista com problemas psiquiátricos, a investigação sobre o ataque no qual foram feridos os três policiais estava mais orientado para o integrismo religioso.