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Jordânia anuncia determinação para salvar piloto capturado pelo EI

Este foi o primeiro avião perdido desde o início da campanha de ataques aéreos da coalizão internacional

Da AFP
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Publicado em 25/12/2014 às 12:20
Foto: STR / RMC / AFP
Este foi o primeiro avião perdido desde o início da campanha de ataques aéreos da coalizão internacional - FOTO: Foto: STR / RMC / AFP
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O governo da Jordânia manifestou nesta quinta-feira (25) determinação para salvar o piloto de caça capturado na quarta-feira pelo grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, após a queda de seu avião, que os jihadistas alegam ter derrubado, informação desmentida por Washington.

Nenhuma informação nova foi divulgada sobre Maaz al-Kassasbeh, subtenente de 26 anos, 24 horas depois da queda do F-16 na região de Raqa (norte da Síria).

Nael Mustafa, militante anti-EI em Raqa, afirmou à AFP via internet que os jihadistas estavam divididos sobre o destino do piloto. 

"Os chechenos querem matá-lo, enquanto os iraquianos querem mantê-lo com vida. Há algum tempo acontecem discussões entre eles sobre quem deve dar as ordens", explicou.  

Segundo Mustafa, a decisão será tomada pelo Conselho Consultivo ("Majlis ach Shura"), uma instância com representação de todas as nacionalidades presentes no EI.

Este foi o primeiro avião perdido desde o início da campanha de ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria.

A captura do jovem piloto, que casou recentemente, provocou uma grande comoção na Jordânia, onde o rei Abdullah II acompanha os esforços para obter o retorno do militar, segundo o exército. O governo criou células de crise, segundo o jornal estatal Al Rai.

"Espero que Deus leve piedade ao coração do Daesh (acrônimo em árabe do EI) para libertá-lo", implorou o pai do piloto, Yusef al-Kassasbeh.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também pediu  aos sequestradores que "tratem o piloto segundo as regras do direito humanitário internacional".

O general Lloyd Austin, comandante do Centcom (comando americano responsável pela região), afirmou que o governo dos Estados Unidos apoiará "todos os esforços para que o piloto seja socorrido", mas sem entrar em detalhes.

O EI publicou em sites da internet imagens do piloto após a captura. Uma das fotografias mostra o jordaniano vestido apenas com uma camisa branca e carregado por quatro homens que o retiram da água, um lago ou rio, o possível local de sua queda após a ejeção do caça.

Mas as circunstâncias da queda do F-16 de fabricação americana continuam incertas.

"Os elementos de prova indicam, claramente, que o EI não derrubou o aparelho, ao contrário do que a organização terrorista alega", afirmou uma nota do Centcom, que não explica as causas do incidente. A Jordânia também não explicou a queda do caça.

Na imagem divulgada pelo EI, o grupo jihadista afirma que a aeronave foi derrubada com um míssil equipado com sensor infravermelho, que permite detectar focos de calor (neste caso o motor do avião). 

Eliot Higgins, especialista em armamento, confirma que o EI possui mísseis de fabricação russa e chinesa, entre eles o Sam-7 russo, carregado no ombro.

Apesar da perda do caça, a coalizão executou novos bombardeios na madrugada desta quinta-feira contra posições do EI na Síria, perto da fronteira com o Iraque.

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